@ Condor - Battle of Bismark Sea

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21_Sokol1
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@ Condor - Battle of Bismark Sea

Post by 21_Sokol1 »

Condor, para inspirar seu próximo mapa:

A Batalha do Mar de Bismark

No fim de 1942 e início de 1943 na Área Sul do Pacífico Ocidental, em nenhum lugar o Japão estava perto de reconhecer derrota na Guerra. Sim, ele tinha perdido em Gona-Buna depois das (celebradas com justiça) batalhas da Trilha Kokoda e sofrido sangrentamente na Baia de Milen em agosto-setembro de 1942. Mas em outros lugares, ele estava seguro e reagrupando para contra-ataques.

Em 1943 de janeiro, um grande comboio teve sucesso navegando de Rabaul, a principal base japonesa na Nova Inglaterra, para reforçar as guarnições inimigas em Lae e Salamaua. A USAAF e a RAAF conseguiram afundar um navio deste comboio, usando bombardeio nivelado de média e alta altitude. Porem mais comboios estava vindo; os Aliados tinham quebrado o código japonês e sabiam muito bem os planos dos chefes inimigos em Rabaul. A inteligência calculou que uma divisão de tropas japonesas estava a ponto de partir com a intenção de tomar a base Aliada em Wau, perto de Lae, para então fazer outro esforço na direção de Port Moresby. Infelizmente, com suas marinhas desesperadamente ocupadas nas Solomons e Guadalcanal, os Aliados virtualmente não tinham nenhum navio disponível para interceptar o comboio japonês quando este viesse….

A única vantagem para os americanos e australianos em Port Moresby era o fato que suas respectivas forças aéreas vinham ganhando força continuamente. Sob o comando do General George C Kenney, comandante da USAAF, e Capitão de Grupo Bill ('Bull') Garing da RAAF, foram esboçados detalhados planos para uma operação "combinada" para desafiar o esperado comboio. Os bombardeiros médios B-25 americanos, equipados com metralhadoras de calibre .50, começaram a ensaiar a relativamente nova técnica de 'skipped bombing'. Neste, uma bomba de 500lb era levada a saltar na superfície da água com o avião voando na altura dos mastros. Com um fusível de retardo, a bomba literalmente 'saltava' pela superfície do mar como uma pedra plana lançada sobre a água. Se a cronometragem fosse correta, explodiria contra o casco do navio.

Acompanhando os B-25s e outros bombardeiros da USAAF estariam os Beaufighters do 30º Esquadrão da RAAF, baseados em Porto Moresby desde setembro do ano anterior. O Beaufighter (apelidado de 'Morte Sussurante' por causa de seus dois silenciosos motores de válvulas de manga e armamento pesado) haviam sido designados para um trabalho perigoso na sortie planejada. Eles seriam os primeiros a atacar os navios de escolta, voando rente a superfície da água e suprimindo as posições da AA dos navios. Ninguém em Port Moresby teve qualquer ilusão sobre a magnitude e perigo desta tarefa. Haveriam vários navios bem armados escoltando o comboio. Todo piloto sabia que voar por uma concentrada barragem de flak era equivalente a suicídio. Como notícias sobre o 'trabalho do comboio' vazou em nos aerodromos em torno de Port Moresby, muitos pilotos calcularam uma taxa de perdas de suas tripulações de 50% ou mais…

Mas os planos - e ensaios para a 'operação' - prosseguiram. O casco enferrujado do navio 'Pruth', encalhado desde 1920 em um recife em Moresby Harbour, era usado para exercício de tiro ao alvo. Enquanto B-25s melhoravam as táticas de 'skip bombing' contra seu casco, os 'Beaus' do 30º Esquadrão vinham baixo acertando duramente com seus canhões e metralhadoras.

Em fins de fevereiro, a Inteligência confirmou - o 'Comboio de Lae' estava a ponto de deixar Rabaul, na Nova Inglaterra. Parecia que eram oito transportes, sete destroiers e um cruzador leve. E sim, também haveria 'cobertura de topo' japonesa, voada por pilotos da Força Aérea do Exército e da Marinha vindos de Lae e de Rabual. Uma operação 'quente' , para dizer pouco!

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Embora a area real da batalha não esteja representada no mapa do PF, o mapa existente atende bem.

No dia 1º de março, sob as ordens de Rear Admiral Shofuku Kimura, 7.000 homens do 51ª Divisão do Exército deixaram Simpson Harbour em Rabaul, navegando para a Nova Guiné ao longo da costa de norte da Nova Inglaterra. Como em janeiro, nuvens baixas e rajadas de chuva ajudaram a esconder o comboio que soltava vapor pelo Mar de Bismarck.

Então, no dia 3 de março, o novoeiro começou a sumir. Neste meio tempo, o comboio tinha alcançado a ponta ocidental de Nova Inglaterra, e só tinha que cruzar o Estreito de Vitiaz para chegar com segurança em Lae. Kimura, confiante que os seus oito destroiers de escolta e os pilotos do famoso e altamente respeitado caça AM6-Zero intimidaria os ataques Aliados, tomou uma decisão fatal. Para ajudar a descarregar rapidamente seus navios em Lae, ele planejou cruzar o Estreito (de Vitiaz) aproveitando as horas de luz do dia: na manhã de 3 de março, ele ordenou ao combio para começar a passagem, deixando a proteção do Cabo Gloucester na Nova Inglaterra.

A 10.00 horas, no momento em que os observadores estavam sendo mudados nos navios do comboio, um assustado alarme veio dos vigias japonesas.Quase 100 aeronaves Aliadas vinham aborda-los…! Como planejado, os 12 Beaufighters lideraram o ataque, vindo baixo 'no deck' a 200 nós (~370kmh). Kimura então cometeu outro erro . Achando que as aeronaves de dois motores que se aproximavam eram bombardeiros torpedieros Beaufort, ele ordenou a seus comandantes para que colocassem seus navios de proa para os aviões. Isto deixou o comboio inteiro aberto a um ataque longitudinal, e foi exatamente isso o que aconteceu em seguida.

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Depois de voar através de um breve e fechado fogo cruzado dos destroiers, os 'Beaus" vieram na altura dos mastros nos navios. O quatro canhões e seis metralhadoras no nariz e asas de cada máquina varreram os transportes e destroiers: pontes, cobertas, posições de armas foram perfuradas. Um Beaufighter podia soltar meia uma tonelada de munição por minuto; o que foi uma completa canificina para os japonêses…

Então vieram os B-25s 'skip bombing', com mortal precisão, enquanto mais alto os pesados Liberators e Flying Fortress soltavam suas bombas de 1.000 pounders em um bombardeio de padrão convencional. E ainda mais alto os Lightning P-38, 'assumiram' os Zeros em muitos dogfights. A Batalha do Mar de Bismarck estava coesa e indo bem.

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Em menos de vinte letais e explosivos minutos, foi virtualmente decidida. Um grupo anteriormente ordenado de navios estava agora em um matadouro absoluto. Vários estavam a ponto de afundar, cercados por óleo combustível, fragmentos de naufrágios e sobreviventes na superfície, enquanto outros navios estavam em chamas e 'mortos na água'. Em cerca de uma hora, gastas todas as munições, as aeronaves Aliadas voltaram a Moresby.

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De volta a base, fluíram relatórios sobre o sucesso do engajamento, logo entitulada de Batalha do Mar de Bismarck. Logo foi confirmado que todos os oito transportes tinham sido afundados, enquanto pelo menos quatro dos destroiers também entraram em conta e de 20 a 30 Zeros foram abatidos, perdendo os japoneses cerca de 3000 soldados!* Dificilmente algum soldado inimigo alcancaria Lae. As perdas aliadas foram um B-17 e um Libertador, e varios Lightning's abatidos por caças inimigos. Um Beaufighter foi danificado, mas fez um crash-landing com segurança em Popondetta, na Guiné Nova. Um custo inacreditavelmente baixo, um encontro unilateral. Nos dias seguinte houve celebrações por toda parte dos campos de Port Moresby!

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Um resultado mais escuro do 'espetaculo' do Mar de Bismarck (e os historiadores devem ser honestos e incansáveis em revelar a verdade) foram as operações de 'limpeza total' voadas durante os próximos dias. Nestes, sabendo que os sobreviventes do comboio estavam indo rumo a Lae e outras bases japonesas em barcos salva-vidas e balsas, a cadeia de comando Aliada quis assegurar que eles não chegassem lá. A marinha ainda estava pesadamente ocupada nas Solomons. Assim foi emitida a ordem, e Beaufighters e B-25s metralharam cerca de 400 marinheiros e fuzileiros japoneses nestes sorties fisicamente doentios e que causavam profundo abalo emocional. Certamente um aspecto feio e repulsivo de guerra. (O clichê 'quaisquer meios para um fim' é inevitavelmente aplicável a todos os lados na guerra, não importa quanto nós gostaríamos de negar isto?). Relatos de pilotos aliados dão conta que os tripulantes da B-17 abatida no inicio da batalha foram metralhados no ar pelos japoneses.

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Foi um trabalho severo e sangrento que muitos acharam nauseante, mas como um piloto de Beaufighter da RAAF disse, todo inimigo que eles impediram de chegar à praia era um menos para seus colegas do Exército enfrentarem. E depois de quinze meses de brutalidade japonesa, a grande imoralidade, para a eles, teria sido ter ignorado os direitos de seus soldados.

Em uma macabra nota de rodapé, duas semanas depois da tragédia Tóquio anunciou que todos os soldados japoneses seriam ensinados a nadar. .

Mas a Batalha do Mar de Bismark terminou com as ambições do inimigo para reforçar substancialmente seu exército na Guiné Nova. As guarnições em Lae, Madang e Salamaua agora ficaram na defensiva, só sendo suprida em gotas por pequenas barcaças que rastejavam à noite em frente à Nova Inglaterra, ou através de submarinos. Alguem poderia dizer com justiça que a maré da guerra começou a fluir para os Aliados e vazar para o japonês no começo de março de 1943.

Aqui no CockpitNews, tem um artigo relacionado da NetWings que traduzi nos idos de 99 - a epóca do memorável Special Events do Warbirds: New Guinea:
http://www.cockpitnews.com.br/materia.a ... rias_id=52

Sokol1

PS - para evitar mal entedidos o @ do título não tem relação com o @Itau... ;)
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28_Condor
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Post by 28_Condor »

S!

Depois desse post tenho pelo menos que tentar :D

O problema é essa limitação do mapa que acaba lá por Port Moresby, bem longe do conflito original :sad:

O negócio vai ser ambientar a ação alí no limite do mapa :roll:


SP![/u]
[b]Eu confio no povo brasileiro. Voto facultativo já no Brasil![/b]
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