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Eu não valorizo essas conquistas chinesas. Apesar desse acelerado crescimento econômico, a desigualdade social na China é uma das piores do mundo. Dois terços dos chineses vivem em áreas rurais muito pobres e a renda per capita é compatível com as piores do terceiro mundo. Nos centros urbanos da China, o salário varia de 30 a 80 dólares mensais e a renda per capita é de 760 dólares anuais. No campo, onde vivem 900 milhões de chineses, ganha-se menos de 250 dólares por ano.
Um exemplo claro disso é a "fábrica do suicídio" da Foxcconn, que fabrica material para grande parte das multinacionais tecnológicas, incluindo Sony, Nokia, Dell, Nintendo e Apple. Em 18 meses foram contabilizados 16 suícidios.
- Funcionários proibidos de falar. Todos devem trabalhar em turnos de 12 horas;
- Durante o período de maior demanda para iPad, os empregados tiveram apenas uma folga após 13 dias de trabalho;
-Excesso de horas extras. Apesar do limite de 36 horas por mês, um holerite mostrou que um trabalhador tinha 98 horas acumuladas neste mesmo período;
-Trabalhadores que cometem erros são humilhados na frente dos colegas.
A mão-de-obra barata é o grande chamariz para a entrada de capital externo. Na maioria das regiões da China, o salário, por exemplo, na linha de montagem é de menos de 2 reais por hora. Um operário brasileiro ganha quatro vezes mais. Um mexicano, seis vezes. Um americano não pega no batente por menos de um salário vinte vezes maior. Nessas condições, montar bases para exportar é um ótimo negócio. A China já responde por metade da produção mundial de máquinas fotográficas. Três em cada dez aparelhos de ar condicionado e de TV produzidos são feitos lá. Mais de 25% das máquinas de lavar e 20% das geladeiras no mundo levam o selo "Made in China."
Nesses termos fica fácil....
SP!