O New York Times e as redes de televisão receberam milhares de e-mails e telefonemas. Responsabilizam a imprensa pela crise e pelo negativismo. Querem saber por que, antes de setembro, não avisaram que o mundo podia acabar.
A rede CNBC é um dos alvos, acusada de inflar a bolha da Wall Street.
Agora deu uma guinada e se tornou a voz populista das elites. Investe contra o governo Obama como se fosse o inimigo do capital. A audiência do canal está em alta.
Os números de apoio a Obama não caíram nas pesquisas, mas muitos acham que quer fazer mais do que pode e duvidam de alguns dos seus programas.
Clark Hoyt, ombusdman do New York Times, recebeu tantas críticas sobre a omissão e o pessimismo do noticiário que encomendou uma revisão da cobertura econômica do jornal nos últimos 9 anos.
"Esta tudo lá", diz ele. Em 2000 - há 9 anos! - o jornal publicou uma matéria de 6 mil palavras sobre os empréstimos e hipotecas suspeitas na Califórnia.
O dinheiro vinha do Lehman Brothers e outros bancos de investimento da Wall Street que estavam empacotando e revendendo estas hipotecas fajutas.
Em 2005, uma outra matéria assinada apelos dois dos principais analistas econômicos comparava a explosão do mercado imobiliário com a bolha da internet da década de 90. Acertaram na cabeça.
É possível escapar do negativismo que domina o noticiário?
A rede NBC reagiu às críticas com um pedido à audiência: mandem-nos boas notícias. Foi inundada de e-mails e vídeos, alguns extraordinários.
Não tem equipes suficientes para cobrir tanta notícia boa. Estas e outras eu vou guardar para a próxima semana. Neste caso, quanto mais, melhor.
Para quem cansou de más notícias recomendo o tratamento Ricardo Gontijo: trocou os jornais e telejornais por vinhos, livros e filmes e uma mensagem definitiva no telefone: se for noticia boa deixe depois do sinal. Notícia ruim? Foi engano.