Defesa Brasil
08 de Março de 2009
Defesa investe em projeto de avião militar e depois deve comprar jatos de empresa que acaba de demitir 4,2 mil
Roberto Godoy
O governo vai aplicar entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões no programa do novo cargueiro militar da Embraer, o KC-390. Esse aporte inicial é equivalente a 5% do investimento na etapa de desenvolvimento. O detalhamento da participação será anunciado até abril. O Comando da Aeronáutica incluiu o jato médio de transporte no plano de longo prazo, que fixa metas até 2023.
O contrato de venda só entrará na pauta mais adiante. Todavia, os primeiros estudos do negócio consideram a encomenda de 22 a 30 aeronaves com entregas previstas a partir de 2015. O valor do pacote é estimado em US$ 1,3 bilhão.
A entrada da Força Aérea no empreendimento havia sido revelada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encontro entre sindicalistas e executivos da Embraer, no Palácio do Planalto, dia 4. A empresa demitiu 4,2 mil funcionários há três semanas. O processo do cargueiro pode ajudar a evitar novos cortes. Para o presidente da Embraer, Frederico Curado, "o KC-390 é um produto com muita chance de sucesso nas vendas internacionais; vai representar demanda por mão de obra de engenharia - e permitirá sustentar centenas de profissionais, que trabalharão nos primeiros seis anos de desenvolvimento e depois disso, por muito tempo".
Com desenho novo e agora com capacidade para cumprir missões de reabastecimento em voo, mudanças especificadas em conjunto com especialistas do Comando da Aeronáutica, o KC-390 é um ambicioso projeto preparado para disputar um mercado internacional avaliado em 700 aviões dessa classe que serão trocados ou comprados até 2020 em 77 países. Um negócio, total, de US$ 13 bilhões.
Durante o Salão Aero India, em Bangalore, o diretor para o mercado asiático, Sérgio Bellato, disse que a corporação discute a venda de uma configuração civil da aeronave. Os prováveis clientes são a Federal Express (FedEx) e a DHL.
O birreator adota um desenho avançado - a integração da asa alta foi reprojetada - com grande porta traseira e eletrônica digital de última geração. Voa a 850 km/hora. Cobre 6,3 mil km levando 12,5 mil quilos ou 2,4 mil km com 19 toneladas. Pode ser convertido em avião tanque e sairá da fábrica preparado para ser reabastecido - por outro KC-390.
O plano estratégico da FAB precisa expandir a sua frota de transporte rápido para atender ao conceito do Plano Nacional Estratégico que definiu a arquitetura de forças de deslocamento rápido para todo o País como padrão.Segundo Frederico Curado, presidente da Embraer, o programa do KC-390 exige recursos situados entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões. A empresa negocia parceria com corporações internacionais.
As mudanças feitas no projeto são significativas. Foram determinadas pela agência tecnológica da Aeronáutica. Um certo número de "potenciais clientes selecionados" entrou na pesquisa.O KC-390 preserva pontos comuns com o modelo de passageiros o Emb-190/95 , para 122 passageiros, "em benefício da redução dos custos", afirma Curado. Na última versão, a empenagem traseira, onde fica o leme, foi elevada e adotou o formato em T. Os motores devem ser mais potentes. A imagem mostra alterações para melhorar o fluxo aerodinâmico.
Peritos militares acreditam que o KC-390 tenha mais de 30 metros de comprimento, aproximadamente 29 metros de envergadura e 10 de altura. A carga útil é de 19 toneladas. A fuselagem abriga 64 paraquedistas equipados para combate ou 84 soldados de infantaria convencional. Há outros arranjos, combinando um blindado leve e 13 homens; ou suprimentos e dois veículos leves. A Aeronáutica quer, ainda, uma configuração para a retirada de feridos ou doentes em zonas de alto risco ou conflito
O vice-presidente de Defesa, Orlando Ferreira Neto, considera a FAB "reconhecida por definir requisitos operacionais muito eficazes, o que tem resultado em produtos competitivos". Na prática, significa que a escolha do KC-390 para substituir ao longo dos próximos 20 anos o Hércules C-130 como principal transportador da FAB vai alavancar as negociações junto a compradores externos
Fonte: O Estado de São Paulo
Nota do Defesa Brasil
A confirmação de que o governo vai realmente investir no C-390 é uma notícia de grande importância para a FAB, que tem o projeto como de caráter estratégico, e para a própria Embraer, que vem sentido de maneira mais intensa os efeitos da crise mundial, diante da queda nas vendas e a demissão em massa de funcionários.
Antes do lançamento oficial do projeto, a empresa e a FAB já trabalham nos bastidores. Apresentado como aposta da empresa na LAAD 2007, o C-390 já passou por modificações conceituais, segundo recomendações da FAB e de potenciais clientes consultados. A empresa também está conversando com potenciais parceiros de risco para o projeto. A sul-africana Denel e a norte-americana Boeing já demonstraram interesse, enquanto a Colômbia pode ser o primeiro país a ingressar no programa. Na declaração conjunta assinada pelos presidentes Lula e Álvaro Uribe, por ocasião da visita do presidente colombiano ao Brasil, os mandatários "saudaram a continuidade das tratativas, entre EMBRAER, Força Aérea Brasileira e Força Aérea Colombiana, para desenvolvimento da aeronave KC-390, iniciativa que incrementará o nível tecnológico da indústria aeronáutica dos dois países."
O lançamento oficial do Projeto C-390 pela Embraer, Governo brasileiro e FAB, além da confirmação dos primeiros parceiros deve acontecer já nos próximos meses.
Governo investirá no C-390
- 17_Vulture
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Governo investirá no C-390
Taí, pra quem acha que o governo não prestigia a Embraer...
[b]Jambock__17 - Vulture
[i]"Na cidade-mar, você quem manda em tudo
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Só resta saber se vão avaliar bem o projeto e não se passar de uma medida desesperada para depois não ficar dando problema como logo quando o CASA chegou na amazônia (Pra quem não sabe o modelo ainda não tinha sido testado em climas sub/tropicais/equatoriais, etc e a saída de ar quente do radiador estava simplesmente "derretendo" os flaps quando os mesmo eram acionados p/ pouso).
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Acho que esse problema não corremos:
Um é um equipamento feito no Brasil, o outro é feito na Europa e trazido pra operar aqui;
Um é um equipamento desenvolvido contemplando as especificações da FAB, o outro é um produto já pronto no mercado e comprado considerando o que mais se aproximava dos requisitos;
Um é um equipamento feito no Brasil, o outro é feito na Europa e trazido pra operar aqui;
Um é um equipamento desenvolvido contemplando as especificações da FAB, o outro é um produto já pronto no mercado e comprado considerando o que mais se aproximava dos requisitos;
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Sim exatamente. O problema que quis citar é mais na parte econômica, com os gastos reduzidos para as forças armadas. O que me deixa indgnado é reduizr os gastos e continuar na mesma, podendo investir o dinheiro cortado em saúde e educação, até os "hermanos" com suas crises investem mais que nós, mais isto não vem ao caso no tópico. Esperoq ue seja um projeto que consiga seguir em frente fortalecendo a indústria nacional.
S!
Me parece ótimo, já que páis militarmente forte é país que produz seus proprios equipamentos. E de quebra ajuda a EMbraer. Apesar de privatizada, esta empresa é estrategica para o Brasil, pela tecnologia que desenvolve, e o governo tem mesmo que opia-la.
Alias as empresas aereas aqui deveriam receber algum incentivo fiscal para a compra de produtos da Embraer.
SP!
Me parece ótimo, já que páis militarmente forte é país que produz seus proprios equipamentos. E de quebra ajuda a EMbraer. Apesar de privatizada, esta empresa é estrategica para o Brasil, pela tecnologia que desenvolve, e o governo tem mesmo que opia-la.
Alias as empresas aereas aqui deveriam receber algum incentivo fiscal para a compra de produtos da Embraer.
SP!
[b]Eu confio no povo brasileiro. Voto facultativo já no Brasil![/b]
Ele foi testado sim. Um exemplar da fábrica passou algum tempo (dias ou semanas, não sei ao certo) fazendo missões típicas do Buffalo no teatro da Amazônia. Eu tenho uma RFA com uma reportagem sobre isso. Se a FAB comprou, é porque estava satisfeita com ele. Problemas pós entrada de serviço são comuns e não tem nada de descabelante neles se o fabricante os resolver em garantia. Os Mirage 2000 vendidos para Taiwan estavam enferrujando depressa no clima de lá. A Dassault mandou um time pra lá e resolveram o problema em garantia.WTFAB wrote:Só resta saber se vão avaliar bem o projeto e não se passar de uma medida desesperada para depois não ficar dando problema como logo quando o CASA chegou na amazônia (Pra quem não sabe o modelo ainda não tinha sido testado em climas sub/tropicais/equatoriais, etc e a saída de ar quente do radiador estava simplesmente "derretendo" os flaps quando os mesmo eram acionados p/ pouso).
Ele possui a mesma fuselagem do 195 somente com modificações estrututral para asa alta!
Tomara que o governo invista mesmo nesse projeto, ja esta mais do que na hora de termos um produto militar de qualidade fabricado pela Embraer.
WTFAB o c 295 passou cerca de 23 dias aqui voando na amazonia e operando como os C 115 em pista STOL.
É uma excelente aeronave
Abraço
Tomara que o governo invista mesmo nesse projeto, ja esta mais do que na hora de termos um produto militar de qualidade fabricado pela Embraer.
WTFAB o c 295 passou cerca de 23 dias aqui voando na amazonia e operando como os C 115 em pista STOL.
É uma excelente aeronave
Abraço
- 17_Vulture
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Começou a ser imaginado assim, mas não é mais só isso não. Na nova versão do projeto, a cauda é completamente diferente, com estabilizadores altos, na mesma configuração da familia 145.Assis wrote:Ele possui a mesma fuselagem do 195 somente com modificações estrututral para asa alta!
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Isso mesmo Vulture ele possui leme em T, isso ajuda em operação em pista curta (STOL)17_Vulture wrote:Começou a ser imaginado assim, mas não é mais só isso não. Na nova versão do projeto, a cauda é completamente diferente, com estabilizadores altos, na mesma configuração da familia 145.Assis wrote:Ele possui a mesma fuselagem do 195 somente com modificações estrututral para asa alta!
A fuselagem principal e a do 195, isso barateia muito pois ja esta tudo homologado
Abraços
Na verdade não, as fuselagens são beeeem diferentes. Basta olhar pra foto do começo do post: a fuselagem é mais gorda, mais larga que a do C-130 Hercules. A traseira da fuselagem é arrebitada e possui uma rampa de carga na traseira. Fora que trem de pouso está em "pods" nas laterais da fuselagem.Assis wrote: Isso mesmo Vulture ele possui leme em T, isso ajuda em operação em pista curta (STOL)
A fuselagem principal e a do 195, isso barateia muito pois ja esta tudo homologado
Abraços
A intensão da Embraer era aproveitar o máximo possível de componentes do EMB-190 para manter os custos do projeto baixos e com isso oferece-lo ao mercado por um preço inferior ao C-130J, com desempenho superior de jato. Eles aproveitariam as asas (com mudança de diedro positivo para negativo), sistemas elétricos e hidráulicos e o cockpit, assim como a cauda. Tudo alojado numa nova célula adequada as necessidades dos aviões de carga militares, como grande diâmetro interno (para transportar blindados que não cabem no Hercules), rampa traseira e resistência elevada.
C-390 levaria a mesma quantidade de carga mais longe, mais rápido e com maior economia que o concorrente. Operaria nas mesmas pistas de terra que o C-130, apesar de ser jato. Quanto a isso, a Embraer disse que tem bastante experiência com turboélices operando em terra para saber que as hélices em composite dos modelos mais modernos (como o Brasília) não são mais resistentes que as turbinas com relação a detritos, daí não haver vantagem em ser turboélice para um cargueiro militar.
Dito isso, o feedback provido pela FAB e por potenciais clientes pediram por maior capacidade de carga do que as 19 toneladas originais, maior fuselagem e melhor desempenho em pista curta. Então eles aumentaram o diâmetro da fuselagem, abandonaram as asas do EMB-190, criando uma nova e adotaram uma cauda em T.
Depois das mudanças, fica a dúvida se a Embraer vai mesmo atingir a meta de vender as unidades por um preço inferior ao C-130J da Lockheed. Se olharmos para o seu passado recente, onde a empresa não deu nenhuma mancada em todos os projetos que se meteu depois da privatização, acho que podemos ter fé que eles vão conseguir, desde que o governo solte as verbas necessárias no tempo certo.