S!
22_Ponte wrote:
A questão não é o cara não fazer saber sobre o assunto. O problema é quando o jornalista não faz o trabalho dele que é pesquisar ou ir atrás de alguém que entenda do assunto para montar a reportagem. Se fizessem isso, não leriamos muitos absurdos que vemos por aí.
Em termos Ponte. Tem de tudo um pouco nessa questão. Tem o excesso de trabalho causado por redações "enxutas": se bobear foi um estagiário que "traduziu" a nota da Associated Press. O cara simplesmente não tem tempo ou qualificação para correr atrás...
Além disso há, sim, o desinteresse: o cara queria fazer cobertura do caderno de política ou de cidades e foi mandado pelo editor cobrir o de ciência. Resultado: trabalho feito nas coxas e o editor nem repara pois também não entende nada do assunto.
O desconhecimento técnico também faz diferença, mesmo consultando especialistas! Conheci um professor do Instituto de Física Teórica da UNESP que fazia um "favor" a um amigo que era o responsável pelos estagiários de um jornal: o professor dava entrevistas sobre uma descoberta recente em física e depois lia as matérias escritas. Era triste ver o resultado... Detalhe: esse professor era um daqueles bons, que são capazes de explicações claras, simples e elegantes.
Nessa hora junta-se o desconhecimento técnico com a regra (correta) de que uma fonte não deve revisar a matéria a ser publicada.
Levando tudo isso em conta, ainda acho que melhoraria muito se a exigência de diploma em
comunicação fosse abolida.
É bom esclarecer que se eu quisesse ser jornalista teria feito um curso de comunicação. Mas não acho que esse seja o único caminho para tornar-se jornalista. Da mesma forma que não acho que cursar matemática seja o único modo de ser um matemático, e por aí vai...
Claro que diversas áreas precisam de regulação mas, exceto pela área de saúde, acho que deveria haver meios de reconhecer a competência profissional sem ter que se passar por um curso superior específico.
Já conheci pessoas que cansaram de criar e desenvolver sistemas automáticos durante suas pós-graduações, mas que não podem trabalhar na área de automação pois não fizeram uma das engenharias que o CREA considera que geram a competência necessária...
Infelizmente os orgãos reguladores no Brasil têm mais função cartorial do que reguladora: criar reserva de mercado para os portadores de determinados diplomas e não identificar para a sociedade quem são os profissionais com a competência necessária.
A questão do diploma de jornalismo para trabalhar na imprensa, a meu ver, se enquadra nessa situação...
SP!