Pague propina ou volte duas casas!!!

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31_CrossBones
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Pague propina ou volte duas casas!!!

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Um jogo brasileiro sobre comércio e contrabando leva o famoso “jeitinho” para o tabuleiro e faz sucesso na Alemanha


Por Carlos Sambrana

Pagar propina, corromper policiais, contrabandear produtos ilegais e revendê-los pelo dobro do preço é tarefa de bandido, de gente grande, correto? Para a SB Jogos, empresa brasileira que desenvolve jogos de tabuleiro, o que daria uma ficha corrida com metros de extensão, virou brincadeira de criança. Uma brincadeira, é bom salientar, lucrativa. Inspirados nos muambeiros que cruzam a Ponte da Amizade, a fronteira do Paraguai com o Brasil, os donos da SB, o jornalista André Zatz e o engenheiro Sérgio Halaban, criaram o “Perto da Fronteira”.

É um jogo no qual até seis pessoas atravessam uma alfândega imaginária controlada por um policial. Na história, os participantes, com idade a partir de 10 anos, tentam passar para um outro país com malas repletas de charutos e garrafas de tequila, produtos ilegais representados por cartas, para revender por um preço acima da média, com o já clássico “jeitinho brasileiro” (leia algumas das regras abaixo).

A idéia agradou a Kosmos, a terceira maior fabricante de jogos da Alemanha, com faturamento de 30 milhões de euros. Cruzou a fronteira brasileira e, no país da Copa, foi traduzido e batizado de Hart an der Grenze, versão ao pé da letra do original “No mercado europeu há mais espaço para histórias picantes”, diz Zatz. A primeira edição teve uma tiragem de 10 mil unidades a um preço sugerido de 30 euros cada exemplar – 5% de royalties para os inventores. Mal chegou às prateleiras e já é sucesso entre o público alemão. Estima-se a venda de 20 mil unidades até o fim de 2006. “Se for eleito o jogo do ano, chegaremos a 300 mil cópias”, diz Fritz Gruber, do departamento de comunicação da Kosmos. No Brasil, os direitos foram adquiridos pela Estrela, com lançamento previsto para maio. A versão nacional, porém, chegará com algumas modificações. “Não haverá pagamento de propina”, diz Aires José Leal Fernandes, diretor de marketing da Estrela. “Quem for pego pelo policial será punido”. No tabuleiro, parece fácil.

O tema é polêmico. Indagado se o jogo não ensina uma criança a desrespeitar a lei, Halaban, um dos criadores, defende a idéia e a compara com outros sucessos do tabuleiro como o War e o Banco Imobiliário. “No War, o jogador derrota os oponentes para conquistar territórios”, afirma. “No Banco Imobiliário tenta-se levar os adversários à falência, é tudo lúdico, não se pode levar a sério”. Há quem rebata essa tese. “Este jogo mostra uma crise de valores pela qual o Brasil atravessa”, diz Emerson Kapaz, dono da fabricante de brinquedos Elka e presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, o ETCO. Atualmente, o contrabando e a pirataria movimentam R$ 18 bilhões no País. Perde-se R$ 9 bilhões em impostos e 1 milhão de empregos deixam de ser gerados apenas em São Paulo. “Para que isso mude, é necessário conscientizar as pessoas”, diz Kapaz. “Esse jogo não é um bom caminho”.

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Os criadores: Zatz, à esq.,e Halaban (na montagem, na caixa do jogo) inspiraram-se nos muambeiros da Ponte da Amizade

Isto é dinheiro


SP!
Os políticos são como as fraldas: devem ser trocados constantemente, e sempre pelo mesmo motivo.

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