S!
Condor, quando eu li sua mensagem ontem achei a história meio estranha justamente por ter assistido ao epsódio do Myth Busters que detonou o "mito". Mas achei melhor dar uma pesquisada e tentar achar um artigo que li algum tempo atrás, exatamente sobre forças g em pousos forçados.
Acabei não encontrando o tal artigo e pensei justamente em perguntar ao Weiss e ao Luft, em especial ao último que deve ter muita experiência no que diz respeito a efeitos de colisões, mas nem precisei...
Além disso, um pouco de física

ajuda a perceber que essa história não faz sentido... Se você fica sentado na posição normal, preso por aquele cinto abdominal, quando o avião faz um pouso acidentado o seu tronco é arremessado para frente* até que sua cabeça acerta em cheio a poltrona em frente com uma grande velocidade e sofre uma desaceleração em poucos centímetros, resultando em uma força muito intensa.
Na posição sugerida para emergências, sua cabeça já está praticamente encostada na poltrona da frente. Com isso, ela já está (ou quase) encostada na poltrona da frente e a colisão acontece a uma velocidade menor, a poltrona da frente começa a se deformar e frear sua cabeça antes que ela ganhe muita velocidade. O espaço de frenagem será maior, o que significa uma força menor sobre seu crânio.
Além disso, me parece que a coluna é mais resistente a compressões que a cisalhamentos, e por isso é melhor bater com o topo da cabeça do que com a testa. Mas nesse ponto não tenho muita certeza... Weiss, Luft, falei besteira?
É claro que tudo nessa vida tem um limite... Se a colisão for muito forte não tem milagre: o impacto, mesmo menor na posição de emergência, vai fazer um estrago tremendo. Ainda mais se as cadeiras forem arrancadas do chão, arremessadas umas sobre as outras, etc... Ou seja, se o avião cair de bico no chão não vai fazer diferença como você está sentado.
Mas na hora do aperto eu preferia mesmo é sentar naquela cadeirinha das comissárias, com cinto de 4 pontos e de costas para a cabine do piloto, ficando com as costas totalmente apoiadas na parede, mas não creio que uma delas aceitaria trocar de lugar comigo!
Lembrem-se também que isso é estatística: sempre pode haver um caso de alguém que se deu mal exatamente por estar na posição que seria mais segura e que, por uma fatalidade qualquer, acabou sendo a pior possível devido a algum fator atípico.
Aliás, uma pergunta para o Luft: faz algum tempo eu vi uma reportagem sobre alguns casos nos EUA em que airbags teriam causado mortes em determinados acidentes, sendo que os passageiros não teriam morrido se eles não tivessem atuado. Por isso algumas pessoas estavam entrando na justiça pelo direito de desativar os airbags de seus carros.
Me pareceu uma coisa meio absurda pois os casos citados eram de crianças pequenas no banco do carona e os aparelhos são projetados para adultos já que crianças deveriam andar no banco de trás.
Você já leu algo a respeito?
SP!
* Apenas para esclarecer: na realidade seu tronco não é arremessado para frente. Ele apenas continua seu movimento por inércia enquanto o avião, poltrona e sua cintura, que está amarrada pelo cinto, é que estão freando. É claro que você vai se arrebentar do mesmo modo, mas eu não podia deixar de esclarecer esse "detalhe", especialmente quando se trata de um assunto sobre o qual dou aula.
