Pequeno conto narrado através de um piloto da Luftwaffe em 1943
Era a última saída do dia para mim, em Prokhorovka. Estávamos agora baseados em Belgorod, a Sul da linha de frente. Subi em meu F4 semi-novo, que herdei de um falecido companheiro após ter o meu irremediavelmente danificado pela flak inimiga em minha última saída.
A tarde estava ensolarada, ainda antes das seis, neste inverno gelado deste fim de mundo. Sempre com saudades da minha cerveja bock feita pelo tio Hans em seu celeiro, demos a partida e acelerei pela pista.
Minha missão: destruir o que encontrasse.
A oposição era tremenda, havia mais que o dobro de aviões inimigos, e nosso Staffel ainda estava usando os antiquados Friedrichs. Teríamos Gustavs se nosso prestígio junto ao OKL aumentasse, nos dizia o GeschwaderKommodore, GuntherRall. Teria que me virar com o F4 mesmo. Para dizer a verdade, gosto muito deste avião, mas o que ouvi falar dos novos G2 e G6 me atiçou a curiosidade.
Havia um dificultador extra, que deu uma pitada a mais de emoção a esta missão. Estava sozinho. Caçando solitário, tentando não virar presa fácil para o bolchevique hediondo. Com sorte e perícia levaria ao menos um para o fundo de seu amado solo pátrio. Que leve minhas lembranças ao Lenin, e explodam os dois!
Ahá, lá estava um dot suspeito sobre território inimigo, seguindo para sudoeste bem à minha frente. Como tinha a vantagem da altitude, segui-o e invertendo, mergulhei como a chama divina. O korno percebeu minha manobra e se esquivou como só um comunista sabe fazer. Percebendo mais 4 prováveis inimigos nas redondezas segui voltando para sul. Estava a 5K de altitude após o mergulho, e vim recuperando. Após poucos minutos o vermelhinho desistiu da perseguição, apesar da evidente vantagem numérica. Exemplificou bem a incapacidade para perseverança do eslavo médio.
Eis que me surge um pedido de socorro pelo rádio. Nossas unidades de terra estavam sob ataque. Exatamente no bloqueio de armas anti-tanque no setor F4, logo a norte de Belgorod. Alguém iria pagar caro pela ousadia. Segui para lá e iniciei uma descida em espiral acentuada, forçando a vista para ver o bandido verde sobre o solo também verde.
E lá estava ele. Um Sturmovik lento como uma jaca velha seguindo sobre a estrada. Como uma sombra, reduzi a potência e mergulhei sobre o maldito. Ao chegar bem perto, a uns 200m disparei todas as armas, mandando chumbo quente no korno. Diversas explosões na asa esquerda e fuselagem, na área do motor, mas ao olhar para trás vi que o tinhoso seguia voando, e o que é mais incrível, atacando!! Devia estar sentindo falta de seus ancestrais, ou era masoquista!
Virei para uma nova passagem e larguei chumbo no porco. De novo pelo lado esquerdo, novamente diversas explosões e o bicho começou a expelir a doce fumaça negra do destino. Me virei para a base, pois a esta altura o porco estaria uivando fora seus bagos no rádio pedindo socorro. Assim me privei de ver uma bela cena de espatifamento e chamas.
Mas logo fui informado que um Sturmovik de fato havia explodido ao ser submetido a uma rápida desaceleração em contato com sua amada terra pátria. Sempre digo que o que mata não é a queda, mas sim o fim dela. Ao cair, siga caindo!!
Verifiquei que não estava sendo seguido e voltei para a base em Belgorod, já me lembrando da cervejinha artesanal da família e do doce inverno da Floresta Negra. Tenho que matar mais bolcheviques para voltar para casa a tempo do próximo inverno! Ao menos teria a schnapps enviada pela turma da infantaria como de praxe. Boa sorte aos garotos da lama, que sofrem mais do que nós, da Luftwaffe.
Tchuss
Pequeno conto narrado através de um piloto da Luftwaffe
Re: Pequeno conto narrado através de um piloto da Luftwaffe
S!
Legal, pra ver como era difícil abater esses IL2-2...
SP!
Legal, pra ver como era difícil abater esses IL2-2...
SP!
[b]Eu confio no povo brasileiro. Voto facultativo já no Brasil![/b]
Re: Pequeno conto narrado através de um piloto da Luftwaffe
Valeu Condor,
S!
Abs
S!
Abs