ADELFI!Faleceu nesta terça-feira ( 8/12 ), aos 88 anos, a major Elza Cansanção Medeiros, mulher mais condecorada do Brasil, segundo o Comando Militar do Leste, com 35 medalhas. Major Elza, que morreu no Rio, foi a primeira brasileira a se apresentar como voluntária na Diretoria de Saúde do Exército, para lutar na Segunda Guerra Mundial, aos 19 anos de idade.
Segundo o Comando Militar do Leste, ela sonhava em lutar na linha de frente, mas
teve que se conformar em seguir como uma das 73 enfermeiras no Destacamento Precursor de Saúde da Força Expedicionária Brasileira, já que, na época, o Exército Brasileiro não aceitava mulheres combatentes.
Major Elza teve complicações após uma queda em que o fêmur foi fraturado.
Durante a guerra, ela trabalhou nos hospitais de evacuação na Itália, distante do front, em turnos de 12 horas. Segundo o CML, nenhum soldado que foi tratado por ela morreu. Ela atuou como oficial de ligação e enfermeira-chefe no 7th Station Hospital, em Livorno. Com o fim da guerra, foi dispensada logo após o retorno ao país, indo trabalhar no Banco do Brasil.
Falecimento Mj. Elza
Falecimento Mj. Elza
*Alis Grave Nil*
- 32_Mariocar
- Engrenado
- Posts: 2717
- Joined: 18 Jan 2005 21:00
- Location: Rio de Janeiro
- 41_Tche-Loko
- Manicaca
- Posts: 954
- Joined: 18 Mar 2009 21:00
- Location: Santa Maria - RS
-
- Veterano
- Posts: 7408
- Joined: 22 Aug 2004 21:00
- Location: Santos/SP
- Contact:
- 03_Vingador
- Veterano
- Posts: 3218
- Joined: 14 Apr 2003 21:00
- Location: Rio de Janeiro
- Contact:
Elza Cansanção Medeiros - 2º Tenente - (1921 - 2009)

Elza Cansanção Medeiros nasceu no dia 21 de outubro de 1921 na cidade do Rio de Janeiro. Era filha de pais alagoanos, sendo seu pai o médico sanitarista Tadeu de Araújo Medeiros – que fora auxiliar do Dr. Oswaldo Cruz na campanha contra a febre amarela. Ainda muito jovem aprendeu a atirar e começou a dominar idiomas estrangeiros, especialmente o inglês. Perdeu seu irmão mais velho, vítima de um derrame cerebral aos 17 anos de idade e, portanto, sentia que tinha a obrigação de representar a família na defesa da pátria.
Em 1942, Elza ingressou em um curso de enfermagem das Samaritanas da Cruz Vermelha, concluindo-o um ano depois. Com a declaração de guerra do Brasil à Alemanha e Itália em agosto de 1942, Elza iniciou suas tentativas de entrar efetivamente para o esforço de guerra. Como as Forças Armadas brasileiras não permitiam mulheres em seu efetivo, Elza contentou-se em tentar embarcar como enfermeira, e dessa forma tornou-se a primeira voluntária brasileira a se apresentar para a Segunda Guerra Mundial, em 18 de abril de 1943.
O Quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército foi criado em 13 de dezembro de 1943, e devido à falta de efetivo, foi iniciada a primeira turma do Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército. Elza fez parte desta primeira turma, cujo treinamento levou quatro semanas, entre medicina, treinamento físico, línguas estrangeiras e legislação militar. Em 25 de março de 1944, Elza graduou-se em primeiro lugar na turma, junto com as colegas Maria do Carmo Correa e Castro e Berta Moraes.
Devido a um acordo prévio com o General Souza Ferreira, Elza foi a primeira enfermeira a embarcar para a Itália, no dia 9 de julho de 1944, junto ao Destacamento Precursor de Saúde. Durante a escala em Argel, Elza e as outras enfermeiras do Destacamento Precursor ouviram na rádio os alemães anunciarem a “chegada das enfermeiras brasileiras”, dando sua localização, seu destino e seus nomes – delatando o descuido com o sigilo de informações e a pujança do sistema de espionagem do Eixo no Brasil.
Chegando à Nápoles no dia 15 de julho, Elza e suas colegas tiveram a missão de receber os cinco mil homens do 1º Escalão da FEB, que desembarcavam do USS General Mann. Designadas para o 45º Hospital de Campo, as enfermeiras brasileiras travaram o primeiro contato com os feridos de guerra e com o corpo médico norte-americano. Por sua habilidade como intérprete, Elza era constantemente requeridas nas diversas alas do hospital.
Contudo, um problema apareceu. As brasileiras eram enquadradas como Enfermeiras de 3ª Classe, o que não é uma patente militar. Além de serem alvos freqüentes de humilhações por parte de suas colegas norte-americanas – que eram todas oficiais – elas não podiam freqüentar a cantina dos oficiais e nem o refeitório dos praças, pois não pertenciam a nenhuma das categorias. Elza então levou o problema ao General Mascarenhas de Morais, comandante da Força Expedicionária Brasileira, que tratou de encontrar uma brecha na legislação para enquadrá-las como oficiais. Dessa forma, todas as enfermeiras brasileiras que chegaram à Itália foram imediatamente elevadas ao posto de 2º Tenente.
Elza pediu então sua transferência para um hospital no front, sendo atendida e transferida para o 38º Hospital de Evacuação em Santa Luce, 30 km a sudeste de Pisa. No entanto, pouco tempo depois o hospital teve de era abandonado devido a uma enchente, provocada pela detonação das represas do rio Arno pelos alemães. Ela seguiu então para o 16º Hospital de Evacuação, localizado em Pistoia, e bem próximo da linha de frente. Lá, Elza tratou tanto de Aliados quanto de alemães, que ela julgou serem pacientes muito mais fáceis de tratar do que os brasileiros.
O 7º Hospital de Campo, em Livorno, era a maior e mais equipada unidade hospitalar daquele setor do teatro de operações, e também era o que tinha o maior contingente médico brasileiro. Devido à situação disciplinar alarmante no hospital, o Coronel Generoso Ponce, Sub-Chefe da unidade, designou Elza Medeiros para assumir a coordenação em 29 de novembro de 1944, como enfermeira-chefe. Ela então iniciou um duro trabalho de conciliação entre brasileiras e norte-americanas, atenuando as diferenças lingüísticas e estabilizando o relacionamento entre o corpo médico.
O trabalho foi, entretanto, muito exigente para Elza, e ela pediu transferência, sendo designada oficial de ligação no 45º Hospital Geral a partir de 18 de abril de 1945. Com o fim da guerra em 8 de maio, ela pediu seu repatriamento e, em 11 de junho, embarcou para o Brasil.
Ao chegar, foi desligada do serviço ativo em 14 de julho de 1945. Poucos dias depois, Mascarenhas promoveu-a a Enfermeira de 1ª Classe. Elza então trabalhou para o serviço médico do Banco do Brasil, e escreveu seu primeiro livro, “Nas Barbas do Tedesco”, em 1955. Em junho de 1957, uma lei federal permitiu que as enfermeiras voluntárias da FEB voltassem ao serviço ativo, e Elza foi enquadrada na Diretoria Geral de Saúde do Exército, sendo promovida a 1º Tenente em 25 de agosto de 1962.
Em 1965, passa a trabalhar para o Serviço Nacional de Informações, e em 1966 vai para a Policlínica Central do Exército. Elza passou para a reserva em 12 de abril de 1976 na patente de Major.
Ela escreveu ainda mais dois livros sobre a guerra, e construiu um acervo de mais de 5.000 fotografias do conflito. Organizou também o Museu da Segunda Guerra Mundial em Maceió, recebendo o título de cidadã honorária da cidade em 1982 – e recentemente ganhou um busto de bronze na instituição. Em abril de 2007, tornou-se membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil. A Major Elza era uma figura conhecida e querida, sempre presente em eventos e desfiles militares.
Era a decana das mulheres militares do Brasil, e também mais condecorada brasileira da história, com 36 medalhas. A Major Elza Cansanção Medeiros faleceu no Rio de Janeiro, aos 88 anos de idade, no dia 8 de dezembro de 2009, de complicações após uma fratura no fêmur.
Fonte: http://saladeguerra.blogspot.com/2009/1 ... eiros.html
Tem vídeos dela no site falando sobre sua experiência de guerra.

Elza Cansanção Medeiros nasceu no dia 21 de outubro de 1921 na cidade do Rio de Janeiro. Era filha de pais alagoanos, sendo seu pai o médico sanitarista Tadeu de Araújo Medeiros – que fora auxiliar do Dr. Oswaldo Cruz na campanha contra a febre amarela. Ainda muito jovem aprendeu a atirar e começou a dominar idiomas estrangeiros, especialmente o inglês. Perdeu seu irmão mais velho, vítima de um derrame cerebral aos 17 anos de idade e, portanto, sentia que tinha a obrigação de representar a família na defesa da pátria.
Em 1942, Elza ingressou em um curso de enfermagem das Samaritanas da Cruz Vermelha, concluindo-o um ano depois. Com a declaração de guerra do Brasil à Alemanha e Itália em agosto de 1942, Elza iniciou suas tentativas de entrar efetivamente para o esforço de guerra. Como as Forças Armadas brasileiras não permitiam mulheres em seu efetivo, Elza contentou-se em tentar embarcar como enfermeira, e dessa forma tornou-se a primeira voluntária brasileira a se apresentar para a Segunda Guerra Mundial, em 18 de abril de 1943.
O Quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército foi criado em 13 de dezembro de 1943, e devido à falta de efetivo, foi iniciada a primeira turma do Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército. Elza fez parte desta primeira turma, cujo treinamento levou quatro semanas, entre medicina, treinamento físico, línguas estrangeiras e legislação militar. Em 25 de março de 1944, Elza graduou-se em primeiro lugar na turma, junto com as colegas Maria do Carmo Correa e Castro e Berta Moraes.
Devido a um acordo prévio com o General Souza Ferreira, Elza foi a primeira enfermeira a embarcar para a Itália, no dia 9 de julho de 1944, junto ao Destacamento Precursor de Saúde. Durante a escala em Argel, Elza e as outras enfermeiras do Destacamento Precursor ouviram na rádio os alemães anunciarem a “chegada das enfermeiras brasileiras”, dando sua localização, seu destino e seus nomes – delatando o descuido com o sigilo de informações e a pujança do sistema de espionagem do Eixo no Brasil.
Chegando à Nápoles no dia 15 de julho, Elza e suas colegas tiveram a missão de receber os cinco mil homens do 1º Escalão da FEB, que desembarcavam do USS General Mann. Designadas para o 45º Hospital de Campo, as enfermeiras brasileiras travaram o primeiro contato com os feridos de guerra e com o corpo médico norte-americano. Por sua habilidade como intérprete, Elza era constantemente requeridas nas diversas alas do hospital.
Contudo, um problema apareceu. As brasileiras eram enquadradas como Enfermeiras de 3ª Classe, o que não é uma patente militar. Além de serem alvos freqüentes de humilhações por parte de suas colegas norte-americanas – que eram todas oficiais – elas não podiam freqüentar a cantina dos oficiais e nem o refeitório dos praças, pois não pertenciam a nenhuma das categorias. Elza então levou o problema ao General Mascarenhas de Morais, comandante da Força Expedicionária Brasileira, que tratou de encontrar uma brecha na legislação para enquadrá-las como oficiais. Dessa forma, todas as enfermeiras brasileiras que chegaram à Itália foram imediatamente elevadas ao posto de 2º Tenente.
Elza pediu então sua transferência para um hospital no front, sendo atendida e transferida para o 38º Hospital de Evacuação em Santa Luce, 30 km a sudeste de Pisa. No entanto, pouco tempo depois o hospital teve de era abandonado devido a uma enchente, provocada pela detonação das represas do rio Arno pelos alemães. Ela seguiu então para o 16º Hospital de Evacuação, localizado em Pistoia, e bem próximo da linha de frente. Lá, Elza tratou tanto de Aliados quanto de alemães, que ela julgou serem pacientes muito mais fáceis de tratar do que os brasileiros.
O 7º Hospital de Campo, em Livorno, era a maior e mais equipada unidade hospitalar daquele setor do teatro de operações, e também era o que tinha o maior contingente médico brasileiro. Devido à situação disciplinar alarmante no hospital, o Coronel Generoso Ponce, Sub-Chefe da unidade, designou Elza Medeiros para assumir a coordenação em 29 de novembro de 1944, como enfermeira-chefe. Ela então iniciou um duro trabalho de conciliação entre brasileiras e norte-americanas, atenuando as diferenças lingüísticas e estabilizando o relacionamento entre o corpo médico.
O trabalho foi, entretanto, muito exigente para Elza, e ela pediu transferência, sendo designada oficial de ligação no 45º Hospital Geral a partir de 18 de abril de 1945. Com o fim da guerra em 8 de maio, ela pediu seu repatriamento e, em 11 de junho, embarcou para o Brasil.
Ao chegar, foi desligada do serviço ativo em 14 de julho de 1945. Poucos dias depois, Mascarenhas promoveu-a a Enfermeira de 1ª Classe. Elza então trabalhou para o serviço médico do Banco do Brasil, e escreveu seu primeiro livro, “Nas Barbas do Tedesco”, em 1955. Em junho de 1957, uma lei federal permitiu que as enfermeiras voluntárias da FEB voltassem ao serviço ativo, e Elza foi enquadrada na Diretoria Geral de Saúde do Exército, sendo promovida a 1º Tenente em 25 de agosto de 1962.
Em 1965, passa a trabalhar para o Serviço Nacional de Informações, e em 1966 vai para a Policlínica Central do Exército. Elza passou para a reserva em 12 de abril de 1976 na patente de Major.
Ela escreveu ainda mais dois livros sobre a guerra, e construiu um acervo de mais de 5.000 fotografias do conflito. Organizou também o Museu da Segunda Guerra Mundial em Maceió, recebendo o título de cidadã honorária da cidade em 1982 – e recentemente ganhou um busto de bronze na instituição. Em abril de 2007, tornou-se membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil. A Major Elza era uma figura conhecida e querida, sempre presente em eventos e desfiles militares.
Era a decana das mulheres militares do Brasil, e também mais condecorada brasileira da história, com 36 medalhas. A Major Elza Cansanção Medeiros faleceu no Rio de Janeiro, aos 88 anos de idade, no dia 8 de dezembro de 2009, de complicações após uma fratura no fêmur.
Fonte: http://saladeguerra.blogspot.com/2009/1 ... eiros.html
Tem vídeos dela no site falando sobre sua experiência de guerra.
- 04_Nospheratus
- Ala
- Posts: 1542
- Joined: 18 Apr 2003 21:00
- Location: 1° GAvCaVi
Uma vitoriosa!
Ousou inovar, sendo exemplo em uma situação de guerra
dominada pelos homens.
Ousou inovar em combate, salvando vidas.
Por fim, ao esgotar todos os recursos do calejado corpo,
ousou abandonar a matéria para prosseguir em outro
estágio da vida.
Bonito isso.
ADELPHI!!
Ousou inovar, sendo exemplo em uma situação de guerra
dominada pelos homens.
Ousou inovar em combate, salvando vidas.
Por fim, ao esgotar todos os recursos do calejado corpo,
ousou abandonar a matéria para prosseguir em outro
estágio da vida.
Bonito isso.
ADELPHI!!
Senta a Pua!
"O essencial faz a vida valer a pena" (Miguel Villar)
"O dedo aponta a lua. O sábio olha a lua. O tolo olha o dedo". (Ditado Zen)
"O essencial faz a vida valer a pena" (Miguel Villar)
"O dedo aponta a lua. O sábio olha a lua. O tolo olha o dedo". (Ditado Zen)
Realmente!04_Nospheratus wrote:Uma vitoriosa!
Ousou inovar, sendo exemplo em uma situação de guerra
dominada pelos homens.
Ousou inovar em combate, salvando vidas.
Por fim, ao esgotar todos os recursos do calejado corpo,
ousou abandonar a matéria para prosseguir em outro
estágio da vida.
Bonito isso.
“Gol de letra é injúria; gol contra é incesto; gol de bico é estupro.“ Armando Nogueira