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Apesar do conhecimento sobre as consequências da utilização do urânio empobrecido, os Estados Unidos continuam a utilizá-lo. Novamente o Iraque foi bombardeado com este material. Segundo especialistas, a permanência do urânio empobrecido nos solos iraquianos apenas se díluirá no século 25.
"Além de suas formidáveis capacidades bélicas, o urânio empobrecido é responsabilizado por temíveis efeitos ambientais. Os iraquianos culpam esse metal pela infertilidade de suas terras e pelo aumento do índice de câncer, leucemia infantil, abortos e má-formações entre a população, enquanto os veteranos de guerra norte-americanos o consideram a causa da chamada Síndrome do Golfo, misteriosa série de enfermidades crônicas. Segundo o Pentágono, as forças norte-americanas dispararam, durante a operação Tempestade do Deserto, 320 toneladas de explosivos de seus aviões A-10, cerca de 50 toneladas a partir dos tanques M1-Abrams e 11 toneladas de tanques e aviões AV-8, o mesmo tipo de armamento presente desta vez no Iraque, só que com muito maior poder de fogo.
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Quando o metal arde, depois de penetrar seu alvo, são produzidos óxidos e urânio, pouco solúveis em água ou fluidos corporais. Estes podem permanecer no ar em altas concentrações e ser inalados pelas pessoas no local do ataque. Também se mantém no solo, podendo contaminar através da ingestão (em caso de crianças brincado com terra ou areia, por exemplo). O urânio empobrecido foi usado nos Bálcãs, na década passada. Um relatório do Parlamento Europeu estima que foram disparadas cerca de três toneladas de urânio empobrecido na Bósnia e dez toneladas em Kosovo em ataques ar-terra.
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O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) investigou a presença de urânio em Kosovo, em 2000, na Sérvia-Montenegro, em 2001, e na Bósnia-Herzegovina, no ano passado. As duas primeiras missões “identificaram restos de urânio empobrecido e presença do metal em bioindicadores, como musgo e líquen, e no ar, mas em níveis tão baixos que podemos considerar de nenhum risco significativo para a população”, disse ao Terramérica Pekka Haavisto, diretor do Programa de Avaliação de Urânio Empobrecido do Pnuma ... Haavisto alertou que “ainda há muita incerteza científica em torno da possível contaminação de fontes de água”. Nem todos os restos do metal foram removidos da região, explicou, acrescentando que muitos permanecem vários metros solo abaixo, com risco de contaminar os lençóis freáticos e a água da superfície que passa por ali. O Pnuma pediu medidas preventivas e que se intensifique a limpeza das regiões afetadas pela guerra.

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