S!
28_Condor wrote:
Mas acho que uma coisa são as palhaçadas com a desse sujeito, outra a questão do fato cultural que os adolescentem se comunicam assim...
É necessário que linguistas estudassem qual a influencia dessa forma de comunicação na linguagem, é só lembrar a incorporação de termos como deletar, algo impensável há pouco tempo, mas hoje dificilmente você acha alguém que diga que "vai apagar o arquivo"....
SP!
Condor, entendo o que você quer dizer. Como o pessoal de Letras costuma dizer "a língua é uma entidade viva". Cresce e muda. Posso estar ficando conservador mas não sou nenhum radical... Deletar vai se incorporar. Não tem jeito... Minha dúvida é quanto à conjugação: é verbo regular???
Outro exemplo é "formatar". Não existe em português? E daí? Até faz sentido: dar formato! Em física existe um anglicismo que é muito usado: massivo. É a propriedade de ter massa. Já vi alguns físicos, muito puristas em relação à língua, defenderem que deveríamos usar "mássico" ou "massudo". Mas não têm o sentido que a palavra massivo quer expressar. Ela não "existe"? Bem, para mim passou a existir.
Tudo isso é muito diferente de escrever "disk" no lugar de disque. Afinal, discar em inglês é "dial" e não "disk". Este último é um anglicismo patético pois nem existe em inglês!
O que vem a seguir são comentários gerais e não dirigidos respondendo ao K-A.
Como dizem: o buraco é mais em baixo... Explico.
Uma outra coisa que o pessoal das Letras diz é que não existe "certo" ou "errado" na linguagem: o que importa é a comunicação. E eu concordo! Acaba-se com aquela história, comum por muito tempo, de que o português falado no eixo Rio-São Paulo é o "certo" e o que se fala no "resto" do país são "desvios".
Mas o "politicamente correto" deturpou essa idéia. Se não há certo ou errado, o sujeito pode muito bem falar "nóis vai, nóis vem, nóis foi"; não é? Aí transformam a falta de acesso à educação em um "dialeto de uma cultura local". OK, isso é mais comum nos EUA do que aqui, mas já via acontecer.
Nesse caso do "ddones" o que acontece é a tentativa de transformar um quebra galho em "literatura".
Essa forma abreviada de escrever surgiu devido às limitações dos antigos sistemas de computação. Devido à falta de acentos escrevia-se "eh" e "estah" no lugar e é e está.
Mas trasformaram uma técnica para escrever certo em uma desculpa para escrever errado!
O que mais me incomoda no "discurso" desse mané é achar que
"Eu só vou inaugurar ste segmento na literatura.". Caramba, traduzir um texto maravilhoso como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" para uma
pseudo linguagem não é "inaugurar nenhum segmento na literatura". Os mordenistas fizeram isso. Os poetas concretistas também. Rompert com padrões para escrever obras
NOVAS que explorem
novas possibilidades da língua é "inaugurar um segmento da literatura." Ou seja, escrever algo assim:
Pronominais:
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso, camarada,
Me dá um cigarro.
Oswald de Andrade
Mas isso que o cara vez é perder tempo traduzindo uma obra prima paa um pseudo dialeto.
Ou seja, é pura perda de tempo!
Aliás, para demonstrar que não sou nenhum conservador extremista, ainda se perde ponto no vestibular se escrever "me dá uma dica" e não "dá-me uma dica"? Se ainda for assim será patético...
No fim o que me preocupa não são erros de ortografia: escrever "caza" no lugar de casa não compromete o entedimento. Erros de gramática são mais graves, mas também são perdoáveis.
O que esse papo de "ddones" ou legendas de "cyber movies" esconde é a pura e simples incapacidade de escrever algo compreensível!
Vejo pelos alunos que eu tive nos dois anos que passei como professor substituto na Universidade Federal (que tem um vestibular concorrido). Eu podia apresentar contas complicada nas provas mas, se quisesse fazê-los me odiar mesmo, era só colocar a seguinte frase ao fim de cada questão:
Explique seu raciocínio
SP!