Morre mais um Veterano da F.E.B
Posted: 13 May 2013 15:40
S!
Anos atras eu tive a oportunidade de conversar com este herói a entrevista foi postada aqui no site mas não consegui encontrar mais.
Me atendeu muito bem quando estive em sua casa por duas vezes muito educado autografou meus 2 exemplares dos livros que escreveu.
Era um homem muito culto e lutou para ajudar os expedicionarios que foram abandonados pelo governo depois que retornaram da guerra.
Foi um dos raros tenentes R2 a comandar uma compania em combate (1ªCIA do 11°RI de São João del Rey) Herói de Montese e Abetaia onde morreram os 17 e Casa de Guanella.
Conheceu o Sargento Max Wolf Filho, conversou com ele antes da patrulha onde foi morto e sempre garantiu que o corpo do Sargento jamais foi encontrado.
Mais um herói que este brasilzão não soube valorizar.
Estas são as medalhas dele:


Morreu na madrugada deste domingo (12), em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, o major Alfredo Bertoldo Klas, aos 97 anos, em decorrência de um câncer. Ele era um dos mais antigos combatentes no Paraná da Força Expedicionária Brasileira (FEB), grupo de militares brasileiros que participou de combates da Segunda Guerra Mundial, no front italiano, entre os anos de 1944 e 1945. Ele está sendo sepultado na Câmara Municipal de Ponta Grossa, no bairro da Ronda, até as 16h. Depois, o corpo seguirá para a cremação, em Campo Largo, e as cinzas serão depositadas – ainda neste domingo – no Cemitério Municipal de Curitiba.
Entre muitas condecorações recebidas, estão a Medalha do Pacificador (do Exército Brasileiro) e a Medalha “Eu estive lá”, homenagem oferecida pela Embaixada brasileira na Itália pelos serviços prestados durante a Segunda Guerra. Klas era um dos fundadores do “Museu Campos Gerais” (Ponta Grossa) – que tem uma sala dedicada à FEB - e também é autor de dois livros sobre a FEB: “Verdade sobre Guanella” e “Verdade sobre Abetaia”. Viúvo de Maria Gentil Pimpão Klas, ele deixa dois filhos, nove netos, 14 bisnetos e cinco trinetos.
Perfil
Alfredo Bertoldo Klas nasceu, em 30 de setembro de 1915, na Fazenda Santa Carlota (Distrito de Papagaios Novos / Palmeira-PR), a cerca de 40 quilômetros de Ponta Grossa. Começou a estudar ainda na fazenda. Um professor foi contratado pelos pais para ensinar a ele, aos irmãos e a duas primas noções básicas de Língua Portuguesa, Aritmética e Música.
Um pouco mais tarde foi estudar na sede do Município de Palmeira, no colégio Jesuíno Marcondes. A juventude chegou e ele se mudou para Curitiba. No Liceu Rio Branco, tradicional instituição de ensino da capital paranaense, fez o curso ginasial em regime de internato. Aluno aplicado e disciplinado, logo se bacharelou na Faculdade Estadual de Direito do Paraná, em 1938. A vida de advogado coincidiu com os primeiros passos da carreira militar. A entrada para o Exército Brasileiro se deu através do ingresso à quarta turma do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva em Curitiba (C.P.O.R.).
Em 1941, já tendo concluído o curso de Preparação de Oficiais, Klas foi chamado para estagiar no antigo 15º Batalhão de Caçadores (15º BC) em Curitiba. Em 24 de dezembro de 1942, ele foi convocado para o serviço militar ativo. Passou do 15º BC para o 20º Regimento de Infantaria (20º RI) – também na capital – e foi promovido para 2º tenente. Em outubro de 1943, outra promoção, desta vez para 1º tenente. A nova função trouxe para Klas, também, um desafio: a transferência para o 1º Batalhão de Fronteira, em Foz do Iguaçu, a mais de 600 quilômetros de Curitiba.
Mas algo ainda estava para acontecer. Alfredo Klas arrumou as malas e foi ao 20º RI pegar a passagem para Foz. O tenente que lhe atendeu foi lacônico e, sem dar mais explicações, afirmou: “O senhor está com sua transferência suspensa”. Ele passou alguns dias sem entender nada. Numa dada ocasião, resolveu comprar um exemplar do jornal carioca Diário de Notícias, numa banca perto da casa que o pai construíra em Curitiba. “Lá estava no jornal, em duas páginas: 'Oficiais transferidos para unidades que vão desempenhar uma função histórica'. E lá estava o meu nome!”, afirmou em uma entrevista concedida em 2010. Foi assim que ele soube que iria participar da campanha brasileira no front italiano da Segunda Grande Guerra.
Klas foi transferido para uma das unidades que iriam compor a FEB: o 11º Regimento de Infantaria (11º RI) de São João Del Rey – MG. Se a possibilidade de ficar a cerca de 600 quilômetros da família, em Foz, já lhe preocupava, agora ele teria de atravessar o Oceano Atlântico para combater contra exércitos muito mais poderosos e numa terra sobre a qual pouca coisa sabia.
O jovem tenente viajou para Minas Gerais, onde começou a preparação para a Guerra. Em março de 1944, os militares do 11º RI foram convocados a aprimorar seus treinamentos no Rio de Janeiro, no Morro do Capistrano. Este período, segundo Klas, apesar de anteceder a entrada na Guerra, foi um dos piores momentos da FEB. Sem quartel, sem armamento adequado, os jovens militares tiveram que aprender a combater.
Um fato novo aumenta ainda mais a responsabilidade de Klas durante a campanha da FEB. “Uma semana antes de nós embarcarmos para a Itália, o subcomandante da minha Companhia arrumou um atestado médico de “incapaz para a FEB”, e eu era o oficial mais antigo. Eu saí do Brasil como subcomandante da 1ª Companhia do 11º RI. E passei cinco meses na linha de frente”, relatou na mesma entrevista de 2010.
Um episódio em especial marcou a vida do ex-combatente: em 25 de dezembro de 1944, dia de Natal, Klas foi atingido no capacete, que afundou com o tiro. O impacto foi tamanha que chegou a lhe comprometer, temporariamente, os movimentos dos braços.
Apesar dos tantos percalços, a Companhia de Klas foi a primeira a tomar a cidade de Turim, contribuindo para que os aliados avançassem Itália adentro. Os combates na Itália terminaram no dia 2 de maio de 1945. Chegando ao Brasil, ele logo voltou para Palmeira. Por lá, desenvolveu as atividades de advogado, industrial e inclusive de prefeito da cidade nos anos 1950. Passou a ser gerente de uma das fábricas da família: a Cerâmica Palmeirense, que produzia tubos cerâmicos de esgoto.
Como inicialmente não se desligou da vida militar, ele se transferiu voluntariamente para o 13º RI, em Ponta Grossa, a apenas 40 minutos (de carro) da sua casa. Mas já em 1946 saiu do Exército para se dedicar plenamente às suas atividades civis. A mudança definitiva para Ponta Grossa ocorreu no início dos anos 1970. Antes de se mudar, ele já desenvolvia algumas atividades na cidade. Além da advocacia, era professor de Estudo de Problemas Brasileiros (EPB – disciplina criada durante o Governo Militar em 1964) na Faculdade Estadual de Farmácia e Bioquímica e violinista da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa (da qual chegou a ser presidente durante sete anos).
fonte http://www.gazetadopovo.com.br
Anos atras eu tive a oportunidade de conversar com este herói a entrevista foi postada aqui no site mas não consegui encontrar mais.
Me atendeu muito bem quando estive em sua casa por duas vezes muito educado autografou meus 2 exemplares dos livros que escreveu.
Era um homem muito culto e lutou para ajudar os expedicionarios que foram abandonados pelo governo depois que retornaram da guerra.
Foi um dos raros tenentes R2 a comandar uma compania em combate (1ªCIA do 11°RI de São João del Rey) Herói de Montese e Abetaia onde morreram os 17 e Casa de Guanella.
Conheceu o Sargento Max Wolf Filho, conversou com ele antes da patrulha onde foi morto e sempre garantiu que o corpo do Sargento jamais foi encontrado.
Mais um herói que este brasilzão não soube valorizar.

Estas são as medalhas dele:



Morreu na madrugada deste domingo (12), em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, o major Alfredo Bertoldo Klas, aos 97 anos, em decorrência de um câncer. Ele era um dos mais antigos combatentes no Paraná da Força Expedicionária Brasileira (FEB), grupo de militares brasileiros que participou de combates da Segunda Guerra Mundial, no front italiano, entre os anos de 1944 e 1945. Ele está sendo sepultado na Câmara Municipal de Ponta Grossa, no bairro da Ronda, até as 16h. Depois, o corpo seguirá para a cremação, em Campo Largo, e as cinzas serão depositadas – ainda neste domingo – no Cemitério Municipal de Curitiba.
Entre muitas condecorações recebidas, estão a Medalha do Pacificador (do Exército Brasileiro) e a Medalha “Eu estive lá”, homenagem oferecida pela Embaixada brasileira na Itália pelos serviços prestados durante a Segunda Guerra. Klas era um dos fundadores do “Museu Campos Gerais” (Ponta Grossa) – que tem uma sala dedicada à FEB - e também é autor de dois livros sobre a FEB: “Verdade sobre Guanella” e “Verdade sobre Abetaia”. Viúvo de Maria Gentil Pimpão Klas, ele deixa dois filhos, nove netos, 14 bisnetos e cinco trinetos.
Perfil
Alfredo Bertoldo Klas nasceu, em 30 de setembro de 1915, na Fazenda Santa Carlota (Distrito de Papagaios Novos / Palmeira-PR), a cerca de 40 quilômetros de Ponta Grossa. Começou a estudar ainda na fazenda. Um professor foi contratado pelos pais para ensinar a ele, aos irmãos e a duas primas noções básicas de Língua Portuguesa, Aritmética e Música.
Um pouco mais tarde foi estudar na sede do Município de Palmeira, no colégio Jesuíno Marcondes. A juventude chegou e ele se mudou para Curitiba. No Liceu Rio Branco, tradicional instituição de ensino da capital paranaense, fez o curso ginasial em regime de internato. Aluno aplicado e disciplinado, logo se bacharelou na Faculdade Estadual de Direito do Paraná, em 1938. A vida de advogado coincidiu com os primeiros passos da carreira militar. A entrada para o Exército Brasileiro se deu através do ingresso à quarta turma do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva em Curitiba (C.P.O.R.).
Em 1941, já tendo concluído o curso de Preparação de Oficiais, Klas foi chamado para estagiar no antigo 15º Batalhão de Caçadores (15º BC) em Curitiba. Em 24 de dezembro de 1942, ele foi convocado para o serviço militar ativo. Passou do 15º BC para o 20º Regimento de Infantaria (20º RI) – também na capital – e foi promovido para 2º tenente. Em outubro de 1943, outra promoção, desta vez para 1º tenente. A nova função trouxe para Klas, também, um desafio: a transferência para o 1º Batalhão de Fronteira, em Foz do Iguaçu, a mais de 600 quilômetros de Curitiba.
Mas algo ainda estava para acontecer. Alfredo Klas arrumou as malas e foi ao 20º RI pegar a passagem para Foz. O tenente que lhe atendeu foi lacônico e, sem dar mais explicações, afirmou: “O senhor está com sua transferência suspensa”. Ele passou alguns dias sem entender nada. Numa dada ocasião, resolveu comprar um exemplar do jornal carioca Diário de Notícias, numa banca perto da casa que o pai construíra em Curitiba. “Lá estava no jornal, em duas páginas: 'Oficiais transferidos para unidades que vão desempenhar uma função histórica'. E lá estava o meu nome!”, afirmou em uma entrevista concedida em 2010. Foi assim que ele soube que iria participar da campanha brasileira no front italiano da Segunda Grande Guerra.
Klas foi transferido para uma das unidades que iriam compor a FEB: o 11º Regimento de Infantaria (11º RI) de São João Del Rey – MG. Se a possibilidade de ficar a cerca de 600 quilômetros da família, em Foz, já lhe preocupava, agora ele teria de atravessar o Oceano Atlântico para combater contra exércitos muito mais poderosos e numa terra sobre a qual pouca coisa sabia.
O jovem tenente viajou para Minas Gerais, onde começou a preparação para a Guerra. Em março de 1944, os militares do 11º RI foram convocados a aprimorar seus treinamentos no Rio de Janeiro, no Morro do Capistrano. Este período, segundo Klas, apesar de anteceder a entrada na Guerra, foi um dos piores momentos da FEB. Sem quartel, sem armamento adequado, os jovens militares tiveram que aprender a combater.
Um fato novo aumenta ainda mais a responsabilidade de Klas durante a campanha da FEB. “Uma semana antes de nós embarcarmos para a Itália, o subcomandante da minha Companhia arrumou um atestado médico de “incapaz para a FEB”, e eu era o oficial mais antigo. Eu saí do Brasil como subcomandante da 1ª Companhia do 11º RI. E passei cinco meses na linha de frente”, relatou na mesma entrevista de 2010.
Um episódio em especial marcou a vida do ex-combatente: em 25 de dezembro de 1944, dia de Natal, Klas foi atingido no capacete, que afundou com o tiro. O impacto foi tamanha que chegou a lhe comprometer, temporariamente, os movimentos dos braços.
Apesar dos tantos percalços, a Companhia de Klas foi a primeira a tomar a cidade de Turim, contribuindo para que os aliados avançassem Itália adentro. Os combates na Itália terminaram no dia 2 de maio de 1945. Chegando ao Brasil, ele logo voltou para Palmeira. Por lá, desenvolveu as atividades de advogado, industrial e inclusive de prefeito da cidade nos anos 1950. Passou a ser gerente de uma das fábricas da família: a Cerâmica Palmeirense, que produzia tubos cerâmicos de esgoto.
Como inicialmente não se desligou da vida militar, ele se transferiu voluntariamente para o 13º RI, em Ponta Grossa, a apenas 40 minutos (de carro) da sua casa. Mas já em 1946 saiu do Exército para se dedicar plenamente às suas atividades civis. A mudança definitiva para Ponta Grossa ocorreu no início dos anos 1970. Antes de se mudar, ele já desenvolvia algumas atividades na cidade. Além da advocacia, era professor de Estudo de Problemas Brasileiros (EPB – disciplina criada durante o Governo Militar em 1964) na Faculdade Estadual de Farmácia e Bioquímica e violinista da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa (da qual chegou a ser presidente durante sete anos).
fonte http://www.gazetadopovo.com.br