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Proclamação da República!

Posted: 16 Nov 2008 18:48
by 06_Colorado
S! TCHE


Nesse dia 15 de novembro, comemoramos a Proclamação da nossa República Brasileira!

Marechal Deodoro da Fonseca, cercado por Benjamin Constant e outros militares, anuncia a proclamação da República no Campo de Santana, no Rio de Janeiro:

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Marechal Deodoro da Fonseca:

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Dom Pedro II:

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Texto extraído do Wikipedia:

A Proclamação da República Brasileira é o evento, na História do Brasil, que instaurou o regime republicano no país, derrubando a Monarquia. Ocorreu dia 15 de novembro de 1889 no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, na praça da Aclamação (hoje Praça da República), quando um grupo de militares do Exército brasileiro, liderados pelo comandante marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de estado e depôs o imperador D. Pedro II. Institui-se então a República, sendo nessa data que o jurista Rui Barbosa assinou o primeiro decreto do novo regime, instituindo um governo provisório.Faziam parte do governo provisório, organizado na noite de 15 de novembro, o Marechal Deodoro da Fonseca como presidente e, como ministros, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales entre outros.

Na tentativa de reduzir a oposição, cada vez maior, o ministro Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto, elaborou em meados de 1889 um programa de reformas, que incluía: liberdade de culto, autonomia para as províncias, mandatos limitados (não-vitalícios) no Senado, liberdade de ensino, redução das prerrogativas do Conselho de Estado, entre outras medidas. As propostas de Ouro Preto visavam a preservar a Monarquia, mas foram vetadas pela maioria conservadora que constituía a Câmara dos Deputados.

Vários foram os fatores que levaram o Império a perder o apoio de suas bases econômicas, militares e sociais. Da parte dos grupos conservadores: sérios atritos com a igreja católica (na "Questão Religiosa"); o abandono do apoio político dos grandes fazendeiros em virtude da abolição da escravatura, ocorrida em 1888. Da parte dos grupos progressistas: a manutenção, até muito tarde, da escravidão negra no país; a ausência de iniciativas com vistas ao desenvolvimento do país (fosse econômico, político ou social); a manutenção de um regime político de castas e censitário (isto é, com base na renda das pessoas); a ausência de um sistema de ensino universal; os altos índices de analfabetismo e miséria; o afastamento do Brasil em relação a todos demais países do continente americano (fossem da América do Sul, fossem da América do Norte), em virtude da incompatibilidade entre os regimes.

Assim, ao mesmo tempo que a legitimidade imperial decaía, a proposta republicana - percebida como significando o progresso social - ganhava espaço. Entretanto, é importante notar que a legitimidade do Imperador era distinta da do regime imperial: enquanto, por um lado, a população, de modo geral, respeitava e gostava de D. Pedro II, por outro lado tinha cada vez em menor conta o próprio Império. Nesse sentido, era voz corrente na época que não haveria um "III Império", ou seja, a monarquia não continuaria após o falecimento de D. Pedro II (seja devido à falta de legitimidade do próprio regime, seja devido ao repúdio público ao príncipe consorte, marido da princesa Isabel, o francês conde D'Eu).

Embora a frase do líder republicano paulista Aristides Lobo - segundo a qual "o povo assistiu bestializado" à Proclamação da República - tenha feito fortuna, pesquisas históricas mais recentes desmentem essa percepção: é o caso da tese de Maria Tereza Chavez de Mello (A república consentida, FGV, 2007), que indica que a república, antes e depois do 15 de Novembro, era vista popularmente como um regime que traria o desenvolvimento (em sentido amplo) para o país.

No Rio de Janeiro, os republicanos insistiram com o marechal Deodoro da Fonseca, para que ele chefiasse o movimento revolucionário que substituiria a monarquia pela república. Depois de muita insistência dos revolucionários, Deodoro concordou em liderar o movimento.

O golpe militar, que estava previsto para 20 de novembro de 1889, teve de ser antecipado. No dia 14, divulgou-se a notícia (que posteriormente se revelou falsa) de que era iminente a prisão de Benjamin Constant Botelho de Magalhães e Deodoro da Fonseca. Por isso, na madrugada do dia 15 de novembro, Deodoro iniciou o movimento que pôs fim ao regime imperial.

Os revoltosos ocuparam o quartel-general do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o Ministério e prenderam seu presidente, Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto. Na tarde do mesmo dia 15, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi solenemente proclamada a República. D. Pedro II, que estava em Petrópolis, retornou ao Rio. Pensando que o objetivo dos revolucionários era apenas substituir o Ministério, o imperador tentou ainda organizar outro, sob a presidência do conselheiro José Antônio Saraiva. No dia seguinte, o major Frederico Sólon Sampaio Ribeiro entregou a D. Pedro II uma comunicação, cientificando-o da proclamação do novo regime e solicitando sua partida para a Europa, a fim de evitar conturbações políticas.

Legitimidade e legitimação da república:

É possível perceber a legitimidade da república no Brasil por diferentes ângulos.

Antes de mais nada, o movimento de 15 de Novembro de 1889 não foi o primeiro a buscar a República, embora tenha sido o único efetivamente bem-sucedido, com apoio tanto das elites nacionais e regionais quanto da população de um modo geral:

em 1788-1789, a Inconfidência Mineira e Tiradentes não buscavam apenas a independência, mas a proclamação de uma república, seguida de uma série de reformas políticas, econômicas e sociais;
em 1824 diversos estados do Nordeste criaram um movimento independentista, a Confederação do Equador, igualmente republicana;
em 1839, na esteira da Revolução Farroupilha, proclamaram-se a República Rio-grandense e a República Juliana, respectivamente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
No que se refere ao 15 de Novembro, embora se argumente que não houve participação popular no movimento que mudou o regime, o fato é que também não houve manifestações populares de apoio à monarquia, ao imperador ou de repúdio ao novo regime. Caso a monarquia fosse "popular" - o que não era - haveria movimentos contrários à república em seguida; entretanto, o que ocorreu foi uma crescente conscientização a respeito do novo regime e sua comemoração pelos mais diferentes setores da sociedade brasileira.

Nesse sentido, é notável o caso do líder abolicionista José do Patrocínio, que, entre a abolição da escravatura e a proclamação da República, manteve-se fiel à monarquia não por uma compreensão das necessidades sociais e políticas do país, mas, romanticamente, apenas devido a uma dívida de gratidão com a princesa Isabel. Aliás, nesse período de aproximadamente 18 meses, José do Patrocínio constituiu a chamada "Guarda Negra", que eram negros alforriados organizados para causar confusões e desordem em comícios republicanos, além de espancar os participantes de tais comícios.

Na reunião na casa de Deodoro, na noite de 15 de novembro de 1889, foi decidido que se faria um referendo popular, para que o povo legitimasse, por meio do voto, a república. Porém esse plebiscito só ocorreu 104 anos depois, dentro da constituição vigente, no dia 21 de abril de 1993; o seu resultado foi inequívoco: a república foi aprovada pela grande maioria da população, com 86% dos votos válidos.


Texto da Folha online:


Dom Pedro deve deixar o Brasil depois de amanhã:

Há consenso entre os republicanos de que a família Real não poderá permanecer em solo brasileiro agora que a monarquia foi derrubada. Os homens liderados pelo marechal Deodoro entendem que a presença de dom Pedro 2 no país é descabida, pois poderia estimular levantes monarquistas.

Dom Pedro e a mulher, dona Teresa Cristina, acompanhados pela filha, Isabel, devem seguir para Portugal depois de amanhã, dia 17, no primeiro navio que deixará o cais do Rio de Janeiro rumo à Europa. o marechal Dedoro já declarou que não tem qualquer intenção de prender ou atacar o antigo monarca, com quem sempre teve boas relações.

Na casa de banhos
Dom Pedro ficou sabendo da movimentação de tropas republicanas em Petrópolis, quando frequentava uma das casas de banho da cidade. O antigo imperador acreditou tratar-se de um levante sem maiores consequências e rumou para seu palácio de inverno, sem desconfiar que, àquela altura, já havia sido deposto.

A informação só chegou a ele no meio da noite. Diversos monarquistas, ainda fiéis a dom Pedro e receosos quanto à sua reação quando soubesse do ocorrido, hesitaram durante todo o dia, sem entregar-lhe o telegrama enviado pela visconde de Ouro Preto no qual era relatada a renúncia do gabinete monarquista.

A situação só teve desfecho no meio da noite, quando o major Sólon Ribeiro, defensor dos republicanos, foi ao encontro do Imperador, que teve que ser acordado. O major pediu que dom Pedro e sua família partissem naquela mesma madrugada, mas o antigo imperador afirmou que não deixaria o país fugindo. Relatos de pessoas que estavam no palácio dizem que a antiga imperatriz Tereza Cristina chorou, e que sua filha Isabel ficou muda. Dom Pedro soltou apenas um desabafo: "Estão todos loucos!".

Terra brasileira
Declarando que, apesar de ter sido deposto, continuaria amando o Brasil como sua pátria legítima, dom Pedro pediu a alguns serviçais que uma arca de viagem fosse enchida com terra brasileira, que ele pretende levar à Europa. Não se sabe o que o imperador deposto pretende fazer com a terra quando chegar a Portugal.

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