Piloto japonês da SGM vive em Santos
Posted: 06 Aug 2006 20:42
S!
Essa notícia me pegou de supresa. Existe em Santos, um jornal distribuido gratuitamente todos os sábados chamado "Jornal da Orla". Na edição desta semana, em lembrança ao aniversário da destruição de Hiroshima e Nagasaki pelas bombas atômicas em 1945, fizeram uma matéria com um ex-combatente que vive em Santos, fato que eu desconhecia.
A reportagem pode ser lida na sua íntegra no site do JornalA soma de todos os medos
Daniel Nakajima
Maio de 1945. A Segunda Guerra Mundial chegava ao fim para Alemanha e Itália, duas forças do Eixo. Mais de 30 milhões de pessoas já haviam morrido na Europa. No Oriente, o Japão ainda resistia, mesmo com o exército enfraquecido. Afinal, até então, os nipônicos não sabiam o que era uma derrota em guerras mundiais. Naquela época, a Coréia ainda era domínio japonês. A bordo do Mitsubishi A6M5, conhecido como "Zero", Akira Fukuma aguardava o chamado para a batalha final. A qualquer momento, o piloto reserva da marinha japonesa poderia se transformar num lendário kamikaze.
Desde criança, Fukuma acalentava o sonho de ser piloto. Voar sempre esteve em seus planos. Porém, houve um dia em que Fukuma não desejara estar no céu. Há 61 anos, às 8h15 de 6 de agosto de 1945, a primeira bomba nuclear projetada para atingir uma população civil caía sobre Hiroshima.........................................................................Doze dias após a bomba, sobrevoei Hiroshima, minha terra natal. Avistei uma enorme fumaça que pensava ser resquícios do "little boy" (nome dado à bomba). Ao invés disso, a fuligem que encobria a cidade era as cinzas de corpos queimados", afirma Fukuma.
Há 55 anos no Brasil, Akira Fukuma reside há cinco na Associação de Assistência aos Imigrantes Japoneses de Santos, a Kosei Home. Sem falar português, pouco se sabe da trajetória do imigrante no Brasil. "Tudo o que sei é que ele era professor e que morava no Mato Grosso do Sul", diz o gerente da Kosei Home, Shinichi Saito. Funcionando há 47 anos na rua Campos Sales, 60, o asilo assistencial aos imigrantes japoneses foi erguido com o suporte financeiro do governo nipônico. Os 53 descendentes, que abrigam a casa, têm em média 84 anos. Muitos deles já eram adultos quando a bomba eclodiu. "Tinha um senhor que achava que o asilo era o quartel-general. Ele usava bota, não deixava ninguém entrar no quarto dele e ficava de guarda no portão. Guardava lata, papelão, qualquer tipo de material, pois achava que esses lixos poderiam contribuir com o governo japonês na fabricação de armas", diz a auxiliar de enfermagem, Regina Célia Santos.
Aos 86 anos, Fukuma é afoito nas palavras, alegre e bem disposto. Sua rotina diária é dormir às sete, oito da noite e acordar às 4h da manhã para a ginástica e, às cinco, para a caminhada na praia. Nas horas vagas, adora jogar baseball e gateball, um esporte japonês. Confuso, muitas memórias da Segunda Guerra ficaram perdidas, menos os sentimentos, que permanecem até hoje. "Ele vive dizendo que dá graças a Deus por seu avião não ter decolado", afirma o auxiliar administrativo Antônio Augusto Yotani. Sem ter notícias dos parentes, Fukuma apenas guarda a lembrança da esposa e do filho, ambos já falecidos. "Ele não costuma falar muito, mas o filho dele morreu de leucemia. Acredito que seja pelos efeitos da bomba", afirma Saito.
http://www.jornaldaorla.com.br/
Uma visita à ele seria interessante...............

SP!