O preço da guerra

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31_CrossBones
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O preço da guerra

Post by 31_CrossBones »

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S!
Naufrágios da segunda guerra liberam combustível.

Oceano Pacífico. Local de atóis e ilhas que todo mergulhador sonha em conhecer. Vanuatu, Fiji, Salomão e muitas outras, onde naufrágios históricos nos aguardam, envoltos por mistérios e água maravilhosamente azul. Pois essa combinação de sonho está para se tornar pesadelo para os mergulhadores e principalmente para o mar da região.

Estima-se que na época da Segunda Guerra, milhares de navios militares e civis afundaram nessas águas. Hoje já são 3,8 mil catalogados. Passados 50 anos aproximadamente, a corrosão ameaça os cascos dos naufrágios. O problema é que todos esses navios afundaram com cargas enormes de combustíveis, que agora, ameaça tingir de negro as águas azul-turquesa do Pacífico.

Um exemplo é o USS Mississinewa, navio tanque da marinha americana, que foi afundado por um ataque suicida de um mini submarino japonês, perto da ilha Yap. O naufrágio só foi descoberto em 2001 por mergulhadores.

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Kaiten Kamikase

No mesmo ano, um tufão atingiu a região e liberou 91 mil litros de óleo. Uma equipe da marinha americana ainda interrompeu mais dois vazamentos e retirou 6,8 milhões de litros restantes (apenas 5% do total estimado), ao custo de US$ 4 milhões.

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O USS Mississinewa em manobras

Diante dessas ameaças e dos valores envolvidos, surge a pergunta inevitável: e quanto aos outros milhares de navios, quem vai pagar a conta?

Operação limpeza

A marinha americana aplicou ao Mississinewa - a grande custo - algumas técnicas de limpeza corretivas, como o fechamento de rachaduras com selos de concreto e outras preventivas, como o bombeamento do óleo ainda armazenado no naufrágio. Mas elas não se aplicam a todos os casos, onde variáveis como profundidade, condição de conservação, tipo de poluente (óleo, combustível), natureza e localização de cada naufrágio - entre outras - tornam uma operação desta magnitude simplesmente inviável, logística e financeiramente. Ainda, a conseqüente logística de processamento do poluente deve ser considerada numa operação desse porte - os milhões de litros de óleo recuperados desta área imensa e remota do Pacífico, devem ser descartados com segurança e de maneira não poluente.

Outra questão adicional, que foge ao campo tecnológico: muitos destes naufrágios são considerados cemitérios de combatentes, e a opinião pública - de vários países - é bastante reticente quando o assunto é remover velhas lembranças e abrir antigas feridas, mesmo que haja um custo ecológico demasiado caro.

Considerando os altos custos desse tipo de operação, avalia-se ainda a viabilidade comercial para reciclagem ou revenda do material recuperado - algo que atrairia potenciais investidores particulares. A questão é sempre uma grande incógnita, pois é extremamente difícil avaliar a qualidade, e portanto o valor, do combustível afundado, após tanto tempo submerso.

Segundo especialistas, é apenas uma questão de tempo até que outros destroços, conhecidos e desconhecidos comecem a vazar e a questão literalmente volte à tona .

Paulo Gorab
SP!

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Os políticos são como as fraldas: devem ser trocados constantemente, e sempre pelo mesmo motivo.

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