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Peugeotzinho ganha sistema de propulsão acionado por pressão de vapor d’água que o faz, literalmente, voar baixo!
Esqueça tudo o que você conhece sobre motores convencionais. Dê adeus às bielas, pistões, virabrequins, válvulas, câmaras de combustão e todos os demais componentes de um motor cuja queima ocorre internamente, como eram as primeiras engenhocas inventadas por Étienne Lenoir, em 1860 – a invenção do automóvel é atribuída a Karl Beinz e Gottlieb Daimler, em 1885. Estamos diante de um verdadeiro “Rocket Car”, um carro foguete! Isso porque o aparentemente (e apenas aparentemente, acredite!) inofensivo Peugeot 206 CC tuning é impulsionado por um propulsor que desenvolve incríveis 15 000 cv de potência! Imagina só que pé na bunda gigantesco!
Antes de contar em detalhes seu funcionamento, cabe contextualizar a história de Pascal Dragotto, um francês xarope que apareceu no Paris Tuning Show de 2005 com esse conversível anunciando sua potência para quem quisesse desafiá-lo. Desconfiados, alguns duvidaram, enquanto outros acreditaram na promessa do audacioso rapaz nascido na terra do scargot.
Um belo dia, ele convidou a equipe da MAXI francesa para ver com os próprios olhos a execução da façanha. À primeira vista, a impressão de nossos parceiros foi bastante positiva, já que o modelo conta com um kit de carroceria completo da Parotech, pintura bicolor, capô de carbono da Verso, rodas de 18” da TSW, suspensão Koni e freios AP Racing. O interior estava completamente “desnudo”, como se estivéssemos diante de um carro de corridas, com dois bancos e o que mais fosse imprescindível para desfrutar uma sensação única.
Quando a tampa traseira (também de carbono) é levantada, a maior surpresa: no lugar do porta-malas, um dispositivo que poucos saberiam dizer o que é. Essa grande “bomba” é um motor a gás, a fonte de energia do Rocket 206 CC. Quando ele é acionado, as rodas não são tracionadas como em um modelo comum, ou seja, seu funcionamento é semelhante ao de um foguete, fazendo com que o carro literalmente voe baixo!
O processo é simples: o tanque armazena 100 litros de água, quantidade aquecida graças a três grandes resistências que geram 380 volts. Quando a pressão do vapor alcança 50 bar de pressão, um sistema acionado pelo piloto abre uma válvula e o vapor de água sai a uma velocidade de 600 m/s (metros por segundo), empurrando o carro para a frente com um empuxo de 3,1 toneladas, cerca de 15 000 cv de potência, força equivalente à de um avião caça!
Isso permite que a aceleração seja de 5G (cinco vezes a força da gravidade) e que ele dispare em 2s5 até chegar a 343 km/h! Apenas como curiosidade: em 17 metros, a velocidade já era de 190 km/h.
O mais incrível neste Peugeot, além da aceleração brutal, é a forma como tudo acontece: primeiro, é preciso um trabalho de preparação em torno de meia hora para apenas 4 segundos de glória.
Depois, com tudo a postos, não se ouve nenhum ruído, nenhuma explosão. O som que quebra o silêncio quando a máquina está na linha de partida, com todos bem longe dela e só dois felizardos a bordo, é um pequeno ssssssssss seguido de um sssssssssfffffffffffffff, até que o carro suma, deixando para trás um enorme rastro de vapor de água e muitas bocas abertas admirando o feito.
Para quem acha que sabe tudo sobre motores e sistemas de propulsão, o francês, antes tido como loroteiro, é uma prova de que há muitos “loucos geniais” espalhados por aí. Guardadas as proporções, poucos deram crédito a Étienne Lenoir quando surgiu o motor a combustão e a Karl Beinz e Gottlieb Daimler quando inventaram... o automóvel!
SP!
