PS: Vale lembrar que no Brasil o voto obrigatório foi uma evolução. O voto obrigatório foi instituído no Código Eleitoral de 1932 (o mesmo código que adotou o sufrágio universal e o voto feminino). Retornar hoje ao voto facultativo será um retrocesso. É voltar a época do voto de cabresto, a era do coronelismo, mas em uma proporção muito maior, ao invés de carro de boi para levar peão para votar, teremos ônibus e caminhão parado na porta da favela para levar ignorantes a votar em quem estiver pagando mais.
Diniz, o voto de cabresto como acontecia no inicio do seculo é impraticavel hoje em dia! Naquela época mais de 90% da população era rural, hoje é o contrário, além de muito menor, o que tornava seu transporte até a urna não tão oneroso assim. Aliás, o voto de cabresto vigoraria naquele epoca fosse qualquer que fosse o sistema eleitoral, e ele não morreu imediatamente com as eleições obrigatórias, pelo contrario, continuou e depois se transformou. O sistema obrigatório, foi na verdade, essa transformação: com o voto obrigatorio, ficou mais barato comprar o voto porque já não é necessário pagar pelo tranporte do sujeito até a urna, já que ele é obrigado a ir até lá, e como vai contrariado, obrigado, está propenso a votar en troca de qualquer benesse baratinha que compense o "esforço" de ir até a urna. O bolsa-família (ou bolsa-voto, segundo as más linguas) se utiliza dessa lógica: com um grande contingente de pessoas despolitizadas sendo obrigadas a votar, tudo que é preciso para arrigementa-las para seu lado é dar uma esmola com a cara do governo. O sistema funciona tão bem que até aqueles que não se convencem com a esmola, se votam em branco ou nulo, estes votos ainda assim são válidos e legitimam os votos comprados. Não há nada de educativo nesse processo, no qual o protesto é inútil. No qual você se esforça para escolher bem, e depois vê que os corruptos se elegeram através dos votos dos sem consciencia que votem com base em santinhos, propagandas e cestas básicas ou dinheiro dado pelo governo. Vide o caso do DF

Tudo isso seria abstrato, se não fosse confirmado pelo fato que todas as PECs que foram tentadas para implementar o voto facultativo foram barradas pelo herdeiros do voto de cabresto: o PMDB e o PFL (ataul "DEM"

http://movimentovotolivre.multiply.com/journal/item/11
Veja também quem repete o esse mesmo argumento:
A mesma opinião tem o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL). Para ele, o voto obrigatório em um país com baixo nível educacional como o Brasil é fundamental e educativo. Renan também acha que o voto facultativo afastaria das urnas as pessoas mais pobres, de áreas carentes, que têm dificuldades até para se locomover ao local de votação. Isso estimularia a volta do voto de cabresto e a velha prática de transportar e alimentar eleitores para lhes manipular os votos, nas regiões mais pobres do país.
O mesmo argumento! Se ele, um dos coroneis mais podres de nossa política o defende, é porque devemos entender o contrário!
Também usa a desculpa do caráter "involuído" da cultura brasileira atual:
03/06/2003 - "Para o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), o voto facultativo restringe a representação popular no Parlamento, "elitizando o processo eleitoral". Ele considera que, noutro país, com outro nível educacional, pode-se estabelecer o voto facultativo".
Esse é um argumento que para mim não cola nem com superbonder! E desconfirmado pelos fatos:
http://movimentovotolivre.multiply.com/journal/item/21
O grande comparecimento dos eleitores (quase 90% dos inscritos) à 1ª eleição presidencial no Timor Leste (pequeno país asiático) é mais uma prova de que, se estimulado, o povo vota.
Esse grande comparecimento (90%) prova que, se estimulado, o povo vota, mesmo sendo o voto facultativo, e independentemente de sua condição social, religião ou escolaridade (a maioria dos timorenses é semi-analfabeta). O número surpreendeu à todos, pois a eleição ocorre numa 2° feira (das 7h às 16h), e coincidiu de ser próxima ao feriado de Páscoa (o que fez com que muitos eleitores não comparecessem por estarem viajando).
Os 90% de comparecimento provam que não é necessário (nem bom) o Estado punir os cidadãos que se abstêm de votar, e contradiz os que dizem que se o voto for facultativo, poucos votariam no Brasil.
Ora, alguém pode me explicar como o Brasil pode ser considerado mais involuído socialmente que o povo do Timor Leste (e que ainda por cima também são de origem portuguesa)?!
É por issso é que vou adotar um mote daqui para frente: "Eu confio no povo brasileiro. Eleições facultativas já no Brasil!"

SP!