quem diria . . .
O Dia wrote: http://odia.terra.com.br/rio/htm/brasil ... 201058.asp
20/09/2008 23:52:00
Brasileiros miram no paintball e acertam no sucesso
Xalo Almeida vira estrela do melhor time do mundo, nos Estados Unidos, onde o esporte tem contratos milionários
Carol Medeiros
Rio - Brasileiro que vira ídolo nos campos do mundo não é novidade no futebol. Mas tem brasuca fazendo fama e ganhando dinheiro no Exterior como jogador de um esporte pouco conhecido por aqui. No Brasil, o paintball ainda é visto como brincadeira. Mas nos Estados Unidos é coisa de profissional, com direito a campeonato mundial e jogadores com contratos milionários. E é lá que o paulista Xalo Almeida, 28 anos, virou estrela do melhor time do mundo e ícone para jovens do Rio, que formam equipes e lotam escolinhas do esporte. Fala-se até que ele chega a ganhar 270 mil dólares por ano, valor que o jogador não confirma.
Com arma que atira bolinhas de tinta na mão e muita agilidade e pontaria, Xalo é uma das estrelas do Los Angeles Ironmen. O time é o atual campeão mundial e o melhor da NXL, a liga norte-americana de profissionais, espécie de NBA do paintball. “É muito bom fazer o que se gosta, num lugar onde as pessoas vibram com o esporte, e ainda ser reconhecido.
Mas meu objetivo hoje é abrir portas a outros brasileiros. Quando pelo menos dois estiverem no profissional aqui, posso me aposentar”, diz Xalo, que conheceu o esporte com 11 anos, ficou “viciado” em 1999 e em 2004 fez um teste para um time russo.
Passou, ficou um ano, conquistou todos os títulos e se mudou para os EUA, onde joga e vive desde 2005.
“Lá fora o paintball é de tão alto nível, que tem atleta que vale mais de 400 mil dólares. Isso estimula quem está aqui. E o Xalo é o modelo de onde se pode chegar”, diz Carlos dos Santos, 38 anos, diretor da Associação Carioca de Paintball. Ano passado, o esporte virou febre no Grande Rio, onde chegaram a existir 80 campos. Hoje são 37, pois muitos foram fechados pelo Ibama. E já existe até escolinha, com visitas constantes de olheiros americanos e russos. “Um de nossos alunos foi bicampeão sul-americano. Outros três estão em times amadores dos Estados Unidos”, conta Carlos.
HISTÓRIA: DISPUTA REPRODUZ BATALHA DA INDOCHINA
Amantes do paintball vão travar hoje, em São Gonçalo, uma disputa numa competição que vai ter como cenário uma das batalhas do início da Guerra da Indochina. Cerca de 200 competidores, divididos em exércitos franceses e vietamitas, vão tentar defender um complexo de fortificações. As competições começam às 9h30 e vão até as 16h.
Com ou sem fundamentação histórica, quem aposta no paintball por aqui ainda faz isso como paixão, e sempre com uma fonte de renda extra. Melhor exemplo da explosão do paintball é o desempenho do Ink Paintball Team. Formado por um grupo de amigos cariocas que se reuniam para brincar de dar ‘tiros’, a equipe foi campeã da etapa no Peru do Sul-Americano, dias 6 e 7, e depende apenas de um quarto lugar na próxima rodada, na Argentina, para vencer o torneio.
“Nos conhecemos na escolinha e depois começamos a treinar e conseguimos patrocínio. Ainda não dá para viver disso, mas o esporte está crescendo”, diz o contador Luiz Henrique Nunes dos Santos, 33.
Policiais aproveitam o treino
Sem objetivo de virar ídolos e ganhar dinheiro, policiais civis e militares freqüentam os campos de paintball da Região Metropolitana. Para eles, o esporte é uma brincadeira divertida e ao mesmo tempo uma oportunidade de treinamento, já que muitos campos reproduzem cenários urbanos, com favelas e cidades abandonadas.
“É um jogo, e vamos com espírito de diversão. Mas é claro que usamos a técnica. Tem toda a adrenalina do que fazemos no dia-a-dia, mas sem o risco de matar ou morrer. Assim, podemos largar o dedo sem medo”, diz o policial civil Mendel Naschpipz, 33, que formou um time com amigos de trabalho e joga quase todo fim de semana.